Compliance

Porque Ética, Integridade e Compliance são vistas como vitais para existência da sua empresa

Essa é uma pergunta que pode ser respondida facilmente. Sabe-se que confiança, respeito e credibilidade são valores de grande estima para um bom desempenho dentro de uma organização. São valores que não se recuperam, caso sejam perdidos. Assim, a empresa que tem um grupo unido dentro da ética, integridade e compliance se torna um ótimo produto para investidores, que se sentem mais seguros pela empresa ser capaz de emanar credibilidade dentro de sua conduta. Também se torna mais competitiva, visto que colaboradores que respeitam as normas da companhia e a si próprios possuem uma base sólida para enfrentar os desafios do mercado.

Estudos feitos por uma associação de empresas especializadas em detectar fraude apontaram que a maioria das organizações com mais de 100 funcionários perdem, em média, pouco mais de 100 mil dólares por ano com fraudes. Já as menores, com menos de 100 empregados, costumam perder justamente o dobro. Isso se dá porque, quanto menor for a empresa, menos seus gestores estimam a importância desses três valores. Mesmo com o programa de compliance dificultando ao máximo corrupções e fraudes dentro da companhia, ainda assim, as grandes corporações têm uma pequena parte perdida, que seria muito maior sem aplicação desse programa.

O termo compliance significa estar em conformidade com as leis estabelecidas pelo país, às quais uma empresa deve balizar sua atuação, assim como com as normas internas da companhia que os funcionários devem seguir. Dentre elas, estão políticas e procedimentos que orientam a tomada de decisão no dia a dia e minimizam o risco da desconformidade, como, por exemplo, o protocolo de privacidade de dados. O código de conduta e ética é outro instrumento utilizado para orientar a postura dos colaboradores da empresa e que deve estar alinhada com os princípios e valores da organização.

Um exemplo escandaloso de falta de compliance envolveu uma grande corporação da área de confecção de roupas, que caiu em descrédito quando se descobriu que ela estava envolvida com trabalho análogo ao de escravo. Ou seja, os valores de ética e integridade foram transgredidos ao ponto de cometer um crime contra a humanidade. O que fez com que a companhia perdesse sua reputação de maneira espetacular.

Outro caso recente foi o de um supermercado em que houve a morte de um cliente agredido por seguranças que não tinham ou não seguiam um protocolo de acção proposto pelo programa de compliance. O acontecimento levou o descrédito da empresa com diversos fornecedores e investidores. Outra situação similar, que também impactou negativamente a reputação deste mesmo mercado, foi quando espancaram um cachorro no estacionamento do estabelecimento.

Apesar dos casos extraordinários das grandes organizações, as maiores vítimas da ausência de programa de compliance são as pequenas e médias empresas. Há casos em que empreendedores já tiveram de vender património pessoal dos sócios para pagar indemnizações devidas por não seguirem normas trabalhistas as quais toda empresa deve estar em conformidade. Esse tipo de negligência está entre as mais comuns em pequenas companhias que não adoptam o programa, juntamente com actividades ilegais e desvios de recursos por parte dos funcionários.

Todo esse risco assumido, cujos danos podem ser irreversíveis, poderiam ser evitados com uma conscientização maior por parte dos donos de pequenas e médias empresas que sequer sabem sobre a existência do programa que não só reduziria significativamente os danos materiais, como também passaria a ganhar mais respeito por ter um desempenho seguramente profissional.

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Alexandre Matias Langa

Alexandre Matias Langa é Doutorando em Direito Económico e Empresarial, Mestre em Relações Internacionais com especialidade em Comércio e Finanças Internacionais, Pós-graduação em Compliance e Auditoria Internacional e Gestão de Empresarial, Bacharel em Direito, Gestor Desportivo. É um profissional com mais de 15 anos de experiência no sector financeiro (Banca, Seguros e Carteiras Moveis) em África. Especialista categorizado na prevenção e combate aos crimes económicos e financeiros. Conselheiro Executivo empresarial para implementação de programas de Governança, Gestão de Risco, Gestão de Risco de Conformidade Regulamentar, Ética e Responsabilidade.
Docente, Palestrante e Formador em áreas de Ética, Governança Corporativa, Gestão de Risco e Compliance
Apaixonado por garantir a segurança e integridade do sistema financeiro e das entidades e interromper os fluxos financeiros ilícitos com implementação de robustos controlos de AML/CFT/CFP/KYC, bem como adopção de programas de compliance e integridade para prevenção de subornos e corrupção nas empresas.

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