A artista moçambicana Ângela Ferreira vai expor “Campo Experimental” nesta quinta-feira (31), às 17h00, no Museu Nacional de Arte (MUSART), em Maputo.
“Campo Experimental” explora pesquisas materiais e ambientais realizadas nos primeiros anos da independência de Moçambique, envolvendo diferentes frentes de trabalho. E é a primeira exposição individual da artista numa instituição pública em Moçambique.
O título da exposição refere-se ao nome de um espaço de aprendizagem agrícola mantido no campus da Universidade Eduardo Mondlane, a partir de 1976, onde funcionários, investigadores e estudantes trabalharam em conjunto para produzir alimentos, conceber ferramentas e estruturas, e formar agricultores, camponeses e técnicos comunitários.
O projecto expande a prática de investigação de Ferreira e a sua procura pela contemporaneidade do passado. “Campo Experimental” surge do diálogo contínuo da artista com Alda Costa, historiadora de arte e trabalhadora cultural moçambicana.
Na exposição, objectos históricos do acervo pessoal de Costa serão expostos ao lado da obra de Ferreira. O design destes objectos promete destacar a priorização das condições materiais na vanguarda da produção cultural dos primeiros anos de Moçambique independente.
Inicialmente, aberta no espaço de arte contemporânea Rialto6, em Lisboa, a exposição chega a Maputo num formato expandido, onde inclui vídeos do músico Scúru Fitchádu, fotografias de Kok Nam, e imagens usadas por Ferreira no processo da criação dos seus trabalhos.
Os trabalhos de Ferreira investigam histórias que expressam pragmatismo político e ludicidade criativa, sendo simultaneamente enraizados localmente e de alcance internacional.
De salientar que o projecto “Campo Experimental” presta tributo ao trabalho visionário de um grupo de investigação em Moçambique – Técnicas Básicas de Aproveitamento de Recursos Naturais (TBARN) – creditando também o impulso autoral da historiadora moçambicana Alda Costa.
Ângela Ferreira nasceu em 1958 em Maputo. Cresceu na África do Sul, onde obteve o grau de mestre na Michaelis School of Fine Art, University of Cape Town. Actualmente. Vive e trabalha em Lisboa, onde obteve o Doutoramento, em 2016.
Ferreira desenvolve a sua prática multidisciplinar em torno do impacto do colonialismo e pós-colonialismo na sociedade contemporânea. As investigações são conduzidas por uma pesquisa profunda e pelo filtrar de ideias que conduzem a formas concisas, depuradas e evocativas.
Dos seus trabalhos recentes destacam-se Talk Tower (2023); Rádio Voz da Liberdade (2022); Realistic Manifesto (2021); Mais Pesado que o Céu (2021); A Spontaneous Tour of Some Monuments of African Architecture (2021), entre outos.
Raquieta Raso
Raquieta Raso, tenho 22 anos de idade, estudante de Jornalismo, 4.º ano na Escola de Comunicacao e Artes da Universidade Eduardo Mondlane. Sou apaixonada pelo audiovisual, e tenho excelentes habilidades como operadora de câmara e editora de vídeos. Actualmente, sou Jornalista estagiária na Entre Aspas e escrevo nas categorias de Cultura & Artes e Lifestyle & Bem-estar.