O crescente número de casas de apostas em Moçambique tem gerado preocupação entre profissionais de saúde e especialistas em saúde mental devido ao impacto negativo do vício em jogos de azar na população.
Em centros urbanos como Maputo, Beira e Nampula o aumento significativo de estabelecimentos de apostas, combinado com a facilidade de acesso a plataformas ‘online’, tem contribuído para um aumento dos casos de ludopatia (vício em jogos) no país.
Segundo especialistas locais, os principais sintomas incluem ansiedade, depressão, problemas familiares e dificuldades financeiras. “Estamos observando um número crescente de pacientes que procuram ajuda devido a problemas relacionados ao vício em apostas”, afirma o Dr. António Santos, psicólogo do Hospital Central de Maputo.
Segundo o Website “Voa Português”, com efeito um total de nove pessoas suicidaram-se nos últimos seis meses em Moçambique, entre agentes da polícia, guardas penitenciários, professores e estudantes universitários, após perderem avultadas somas de dinheiro em apostas nos jogos de azar, disponíveis nas plataformas digitais.
Os suicídios geralmente ocorrem após os apostadores terrem feito empréstimos avultados em instituições bancárias ou com agiotas, para apostarem em jogos de azar, convencidos de que poderão multiplicar o valor, e quando não conseguem vêem o suicídio como solução uma vez que já não têm o dinheiro para pagar os seus investidores.
Ainda neste ano, no mês de Outubro, foi reportado o caso de um jovem que decidiu tirar a sua própria vida após perder 300 mil meticais no “Aviator” que o seu patrão havia dado para depositar no banco, o facto descobriu-se após o malogrado ter deixado uma carta de despedida explicando os motivos que levariam a cometer este acto.
O impacto socioeconómico é particularmente preocupante em um país onde grande parte da população vive abaixo da linha da pobreza. Famílias relatam casos de endividamento e conflitos domésticos causados pelo vício em apostas. E há quem pede que estes jogos sejam banidos no país por serem viciantes e por terem deixado varias famílias em luto só este ano.
O Ministério da Saúde de Moçambique tem alertado para a necessidade de implementar programas de prevenção e tratamento específicos para a ludopatia, bem como regulamentações mais rigorosas para o sector de apostas.
Ainda sobre este problema, já foram detidas em Lichinga catorze pessoas, acusadas de promover e praticar jogos de azar, de acordo com a página da Televisão de Moçambique.
Organizações não-governamentais locais têm desenvolvido iniciativas de consciencialização nas comunidades, especialmente voltadas para jovens, que representam uma parcela significativa dos apostadores.
Lurdes Domingos
Chamo-me Lurdes Francisco Domingos, tenho 22 anos de idade, e moro na cidade da Matola. Curso o 4º. ano de Licenciatura em Jornalismo na Escola de comunicação e Artes (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Tenho admiração pela área televisiva e escrita e em estágio na Entre Aspas concentro-me em Lifestyle & Bem-estar.