A Austrália está a preparar-se para implementar uma nova legislação que visa proibir o uso de redes sociais por indivíduos com menos de 16 anos, uma medida inédita em termos globais: a imposição de uma idade mínima para o acesso às redes sociais.

O Primeiro-Ministro Anthony Albanese anunciou a medida em uma conferência de imprensa recentemente, destacando a crescente preocupação com os impactos negativos das redes sociais na saúde mental e no bem-estar das crianças.

Albanese afirmou que “as redes sociais estão a prejudicar os nossos filhos” e que essa acção é um passo necessário para proteger os jovens da exposição a conteúdos prejudiciais e da pressão social que essas plataformas podem gerar. A proposta inclui a implementação de tecnologias de verificação de idade e deve ser testada ainda este ano, antes de entrar em vigor.

As motivações por trás da medida tomada pelo governo australiano é que o mesmo tem ouvido as preocupações de pais, avós e outros familiares sobre a segurança online das crianças. Albanese mencionou que, embora a nova lei não resolva todos os problemas relacionados ao uso de tecnologia, ela estabelece parâmetros importantes para a sociedade e ajuda a garantir resultados positivos para as futuras gerações. A proposta surge em um contexto onde o uso de redes sociais entre jovens tem sido associado a problemas como ansiedade, depressão e bullying virtual.

A Austrália é um país altamente conectado, com uma população que utiliza intensivamente tecnologias digitais. De acordo com dados recentes da indústria tecnológica, mais de 80% da população australiana está activa em redes sociais, com plataformas como Facebook, Instagram e TikTok, sendo particularmente populares entre os jovens. Essa alta taxa de penetração digital traz à tona questões sobre a privacidade, segurança e o impacto psicológico do uso excessivo dessas plataformas.

E não só, a Austrália já implementou outras iniciativas para regular o uso de tecnologias digitais, incluindo campanhas de consciencialização sobre segurança online e programas educativos nas escolas. A nova proposta de banimento de redes sociais para menores de 16 anos é vista como uma extensão dessas iniciativas, reflectindo uma abordagem mais rigorosa em relação à protecção dos jovens no ambiente digital.

A decisão da Austrália de banir o uso de redes sociais por menores de 16 anos representa um movimento significativo em direcção à protecção da saúde mental e do bem-estar das crianças.