Forrest Gump, filme de 1994 protagonizado por Tom Hanks, é, indiscutivelmente, um clássico eterno, que estará sempre presente nas listas dos dez melhores filmes de todos os tempos. O enredo nem é tão complicado assim: um homem senta-se num banco de jardim e, à medida que desconhecidos se aproximam, vai-lhes contando a sua vida. São várias histórias num só filme, cada uma mais inusitada que a outra, considerando que o protagonista é um autêntico pateta, mas que, graças à sua persistência, ou teimosia, acaba por se tornar numa das mais importantes figuras públicas dos Estados Unidos.

Particularmente, uma das partes que mais me marcou é aquela em que, depois de enfrentar uma série de perdas e mudanças na sua vida, incluindo o afastamento de Jenny, o seu eterno objecto amoroso, Forrest Gump simplesmente decide começar a correr. Sem um plano, sem um destino, ele sai da sua casa no Alabama e continua... por dias, semanas, meses. Acaba por cruzar os Estados Unidos várias vezes, passando por desertos, montanhas, cidades e estradas desertas. O seu gesto solitário chama a atenção, e rapidamente multidões começam a acompanhá-lo ou, pelo menos, a segui-lo de longe. Forrest transforma-se, então, numa figura pública, sem nunca perceber bem porquê.

Durante a sua longa viagem a correr pelos Estados Unidos, Forrest Gump é cercado por jornalistas que tentam compreender o motivo por trás da sua corrida. Eles perguntam: “Está a correr por algum tipo de causa?”, “Está a correr pela paz mundial?”, “Está a correr contra a fome?”, “Está a correr pelos sem-abrigo?”, “Está a correr pelos direitos das mulheres?”. E Forrest responde com a sua simplicidade característica: “Eu só senti vontade de correr.”

Essa resposta de Forrest resume perfeitamente o espírito do personagem: ele não busca fama, não tem uma agenda política ou social. Corre porque é o que o seu coração lhe manda naquele momento. É uma resposta que desconcerta os repórteres, mas que toca profundamente quem entende que, por vezes, as nossas acções mais significativas não precisam de grandes justificativas.

Penso que é exactamente aí que a história do personagem de Tom Hanks se cruza com a do Banana por Talento. O jovem influenciador digital moçambicano realizou uma viagem impressionante de Maputo a Cabo Delgado numa motorizada de 50cc, conhecida como “cinquentinha”, enfrentando cerca de 1.600 km de estrada ao longo de oito a nove dias pela EN1, a principal via que cruza Moçambique de sul a norte. Durante o percurso, enfrentou inúmeros desafios, como buracos e troços degradados, avarias na moto, noites solitárias no mato e falta de apoio técnico, tudo isso partilhado com os seus seguidores nas redes sociais, que o acompanharam e o apoiaram ao longo da viagem.

Ao pesquisar os porquês dessa ousada aventura, entre um post e outro que encontrei na sua conta do Facebook, descobri que Banana fê-lo movido por um sonho pessoal e pela vontade de inspirar os moçambicanos. Segundo ele, a aventura foi uma prova de que é possível desafiar limites com determinação e fé, mesmo diante de obstáculos como estradas degradadas, noites ao relento e críticas públicas. Para Banana, essa realização, que conheceu o seu auge ontem, dia 30, com a chegada à cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, é um marco na sua história, uma mensagem de superação e um convite a nunca desistirmos dos nossos próprios sonhos.

Bom, penso que, na verdade, essa é uma resposta politicamente correcta que ele foi construindo à medida que ia cruzando Moçambique de lés a lés. Mas, lá no íntimo, Banana sabe que, assim como Forrest Gump, depois de enfrentar uma série de perdas e mudanças na sua vida, incluindo o afastamento de Nércia Matavel, o seu eterno objecto amoroso, “só sentiu vontade de correr.”

Seja como for, está de parabéns o jovem Banana: sozinho desafiou o impossível, calou os críticos e provou que sonhar é o primeiro passo para vencer.

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