Nas ruas, uma febre crescente está a ganhar espaço entre as mulheres moçambicanas: o blazer feminino. Este item de vestuário, outrora associado ao ambiente corporativo, tornou-se uma peça versátil que mistura sofisticação e estilo casual, acompanhando as mudanças na moda e o empoderamento feminino.
A moda em Moçambique reflecte uma fusão de influências tradicionais e modernas. O blazer feminino passou de uma peça formal para um item indispensável no guarda-roupa de mulheres que desejam expressar confiança e estilo. Seja para encontros profissionais ou eventos sociais, oferece uma combinação de elegância e funcionalidade.
Nos últimos anos, as moçambicanas passaram a adoptar o blazer como um símbolo de empoderamento e elegância. Em um país onde o calor e a diversidade cultural influenciam a moda, o blazer encontrou o seu espaço, sendo adaptado para se alinhar às condições climáticas e aos gostos locais.
As estilistas e marcas moçambicanas têm investido em modelos que vão além do tradicional. “Queremos mostrar que o blazer pode ser usado em todas as situações, com tecidos leves e cortes modernos que se adequam ao clima tropical”, comenta Ivete Benedito, estilista moçambicana que cedeu uma entrevista exclusiva a Entre Aspas. Benedito ainda acrescenta que, “o blazer pode ser personalizado com tecidos típicos, como capulana, o que valoriza ainda mais a identidade cultural moçambicana”.
Com o aumento da consciencialização sobre a sustentabilidade, muitas marcas moçambicanas estão explorando materiais mais ecológicos para produzir blazers. “A moda sustentável é o futuro, e queremos estar à frente desse movimento em Moçambique,” afirma Ivete Benedito, que utiliza tecidos reciclados e processos de produção com baixo impacto ambiental.
Para muitas moçambicanas, o blazer representa mais do que uma peça de moda, simboliza uma ferramenta de expressão e profissionalismo. Usado em escritórios, reuniões ou até em eventos sociais, o blazer consegue adaptar-se ao estilo pessoal de cada mulher. Muitas vezes combinado com saias, calças de alfaiataria ou até jeans, é capaz de transformar um ‘look’ simples em algo marcante.
Célia Guambe, uma jovem empreendedora de Maputo, conta que o blazer é essencial no seu dia-a-dia. “É a peça que me faz sentir confiante e pronta para enfrentar os desafios no trabalho. Ao mesmo tempo, quando preciso ir a um jantar ou evento após o expediente, continua apropriado”, afirma.
Em Moçambique, as cores e estampas vibrantes ganham destaque nas coleções de blazers. A incorporação da capulana, por exemplo, traz autenticidade e originalidade ao vestuário, além de fortalecer o mercado de moda local.
Recentemente, a febre de blazers ‘oversized’ também chegou ao país, sendo uma opção popular entre as jovens que buscam um visual mais moderno e despojado.
Além disso, a moda inclusiva tem ganhado espaço, com estilistas criando blazers que se adaptam a diferentes tipos de corpos, promovendo diversidade e inclusão no cenário da moda moçambicana.
Com uma crescente valorização da moda local e a adaptação à moda internacional, o blazer feminino continuará a ocupar um lugar de destaque no vestuário das moçambicanas, que cada vez mais buscam uma moda que reflicta a sua identidade, cultura e personalidade.
Milca Nhabanga
Milca Nhabanga, 26 anos, residente em Intaka, a concluir o 4.º ano de Licenciatura em Jornalismo pela Universidade Eduardo Mondlane. Apaixonada pela comunicação, actua na área de redacção e audiovisual, com foco em narrativas dinâmicas e envolventes que capturam o impacto da informação. No estágio na Entre Aspas explora conteúdos de Lifestyle e Bem-estar.