Investigadores, académicos, estudantes de graduação em ciências sociais e humanas, entre outros, que queiram submeter ensaios e artigos científicos para a chamada ‘O tempo dos vândalos’ têm mais um mês para o fazer. A Bloco 4 Foundation decidiu prorrogar o prazo até 31 de Março de 2024.
A obra ‘O tempo dos vândalos – Autoritarismo e violações de direitos humanos em Moçambique’ tenciona ser tenciona ser uma colectânea de ensaios e artigos científicos que explora o autoritarismo e violações de direitos humanos, procurando colocar a juventude no epicentro da análise sobre os processos políticos, económicos, sociais e culturais de um Moçambique em constante movimento onde, através de diferentes palcos, a juventude expressa, categoricamente, que os tempos são “outros”, dos “outros” para com os “outros” e conectam-se em redes de solidariedade num mundo de linguagens para informar que “já não vos queremos”, “saiam, não nos representam” ou simplesmente “ anamalala”.
Portanto, todos interessados são chamados a enviar propostas de artigos e ensaios que possam abordar tópicos relacionados, mas não limitados a efeitos cascata de protestos sociais e criatividades através de activismos digitais; as artes e performances criativas em ateliers periféricos e urbanos pela verdade eleitoral; a intimidação policial versus diferentes respostas dos manifestantes; os cancelamentos políticos digitais; os lugares de fala (não fala) de jovens mulheres pela verdade eleitoral; o silêncio dos libertadores da pátria versus o surgimento dos libertadores do autoritarismo; análise das manifestações a partir de fotografias ou cartazes explorando narrativas discursivas pela verdade eleitoral; os discursos jornalísticos sobre as manifestações pela verdade eleitoral; entre outros.
‘O Tempo dos Vândalos’ baseia-se na premissa de que os tempos mudaram, a geração mais jovem do país não se conforma com as estruturas políticas vigentes e organiza-se em redes de solidariedade, conectando-se em um novo mundo de linguagens e mensagens de resistência.
Neste sentido, os ensaios e artigos a serem submetidos poderão abordar uma variedade de tópicos relacionados ao activismo juvenil, à repressão política e às dinâmicas sociais e culturais que moldam o cenário actual do país.
Ao lançar essa chamada, Bloco 4 Foundation visa estimular uma reflexão profunda sobre as dinâmicas de poder em Moçambique, as tensões entre a juventude e as instituições governamentais, e, porque não, as implicações sociais e culturais dessa crescente onda de protestos.
O lançamento dessa chamada reforça o papel da academia como agente de transformação social, promovendo uma análise crítica dos processos políticos e sociais que envolvem a juventude moçambicana e suas demandas por um futuro mais democrático e justo.
De referir que esta não é a primeira proposta de reflexão sobre assuntos ligados a repressão social e política e dos direitos humanos. A Bloco 4, a partir de chamadas parecidas, já compilou e publicou as seguintes obras: “Reinventar o discurso e o palco. O rap, entre saberes locais e saberes globais” (2019); “Fechamento do espaço cívico e Direitos Humanos (2023) e “Crónicas eleitorais e Direitos Humanos em Moçambique” (2024).