A “Síndrome de Burnout” tem sido cada vez mais reconhecida como um problema sério no ambiente de trabalho, afectando milhões de profissionais em diversas áreas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a “Síndrome de Burnout” é “um estado de esgotamento físico e emocional que resulta da exposição prolongada ao estresse crónico no ambiente de trabalho” (OMS, 2019).

Os sintomas incluem cansaço extremo, sensação de esgotamento, cinismo, distanciamento emocional e uma queda na eficiência profissional. Muitas vezes, os profissionais que sofrem com essa síndrome sentem-se sobrecarregados por demandas excessivas, falta de controlo sobre suas actividades e um ambiente de trabalho hostil ou pouco colaborativo.

A “Síndrome de Burnout” não é uma novidade no campo da saúde ocupacional, mas sua incidência tem aumentado significativamente em razão das mudanças no mundo do trabalho, incluindo a intensificação da carga de trabalho, a falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal e a insegurança laboral.

De acordo com a psicóloga clínica, Ludmila Mário, recém-formada em psicologia, o “Burnout” surge quando os profissionais estão constantemente sobrecarregados, sem a devida reposição de energia e sem o reconhecimento necessário pelo seu esforço. Cria um ciclo vicioso que leva ao esgotamento total."

Sintomas e causas do “Burnout”

A “Síndrome de Burnout” é composta por três principais dimensões: o esgotamento emocional, a despersonalização (distanciamento do trabalho e das pessoas) e a diminuição da realização pessoal. Os indivíduos afectados por essa síndrome frequentemente sentem-se incapazes de lidar com suas responsabilidades e podem experimentar sintomas físicos, como insônia, dores de cabeça e problemas digestivos.

De acordo com a especialista, “muitas vezes os profissionais não percebem os primeiros sinais de “Burnout” até que a situação torne-se insustentável. Sentem-se sobrecarregados e desmotivados, mas ainda assim continuam dedicando-se de maneira excessiva ao trabalho, o que piora a situação.”

O Caso de Vinódio Gonçalves, um trabalhador afectado pelo “Burnout”

Vinódio Gonçalves, de 24 anos, produtor de um programa de Televisão, relata a sua experiência com o “Burnout” após anos de dedicação excessiva ao trabalho. “No início, eu adorava o que fazia. Mas com o tempo, as demandas aumentaram, as responsabilidades acumularam-se e eu não consegui mais desacelerar. Comecei a ter dificuldades para dormir e sentia um cansaço constante, mesmo depois de descansar. O pior foi quando tornei-me apático em relação a tudo, até mesmo às coisas que eu mais amava.”

Vinódio Gonçalves conta que a situação piorou quando ele começou a distanciar-se dos colegas de trabalho e a ter um desempenho abaixo de suas capacidades. “Foi um choque perceber que eu já não estava conseguindo cumprir as minhas funções com a qualidade que sempre tive. A sensação de frustração era imensa, e eu me sentia incapaz de dar o melhor de mim.”

Após buscar ajuda psicológica, Gonçalves recebeu o diagnóstico de “Burnout”. “Foi um alívio entender que o que eu estava passando não era apenas uma fase difícil, mas sim uma condição de saúde. Comecei a trabalhar em estratégias de recuperação, como a prática de actividades físicas, a reavaliação das minhas metas profissionais e a busca por um melhor equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.”

O impacto da “Síndrome de Burnout” não se limita ao indivíduo, mas também afecta a produtividade e o ambiente organizacional. Empresas que não cuidam do bem-estar de seus colaboradores podem observar queda de desempenho, aumento de faltas, rotatividade elevada e até mesmo problemas de saúde mental generalizados entre seus funcionários.

A consciencialização sobre o tema tem crescido, e algumas empresas têm começado a implementar políticas de bem-estar no trabalho, como horários flexíveis, programas de apoio psicológico e incentivo a actividades físicas. Contudo, o desafio permanece, principalmente nas indústrias mais exigentes, onde os profissionais ainda enfrentam jornadas de trabalho intensas e alta pressão.

Prevenção e Tratamento do “Burnout”

A prevenção do “Burnout” envolve uma abordagem multifacetada, com ênfase no equilíbrio entre vida profissional e pessoal, na comunicação aberta entre empregados e empregadores, e no suporte psicológico contínuo. “A autoconsciência é a chave para evitar que a síndrome se desenvolva”, alerta a psicológica social, Eunice Luís. “Os profissionais precisam estar atentos aos sinais de cansaço excessivo e procurar ajuda antes que a situação se agrave.”

Além disso, programas de recuperação, como terapia cognitivo-comportamental, podem ajudar os profissionais a reconstruírem sua confiança e a aprenderem a lidar com o estresse de maneira mais saudável.

A “Síndrome de Burnout” é uma questão complexa que afecta a saúde física e mental de muitos profissionais ao redor do mundo. Em Moçambique, assim como em muitos outros países, o desafio é criar um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado, no qual a pressão por resultados não sobreponha o bem-estar dos trabalhadores.

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Milca Nhabanga

Sou Milca Nhabanga, 26 anos, residente em Intaka, estou a concluir o 4º. ano de Licenciatura em Jornalismo pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Apaixonada pela comunicação, actuo na área de redacção e audiovisual, com foco em narrativas dinâmicas e envolventes que capturam o impacto da informação

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