Pela primeira vez, Moçambique acolhe o Festival do Café de Maputo. A acontecer no Hotel Montebelo Indy, entre os dias 14 e 15 de Junho, pretende-se uma plataforma para discussão e a exploração de temas cruciais, relacionados com a produção, processamento e consumo do café no país.
Trata-se de um evento a ser dirigido pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Ismael Correia, em um programa repleto de palestras, sessões demonstrativas e uma feira de exposição.
A produção de café em Moçambique tem estado a ganhar notoriedade, contando actualmente com mais de cinco mil agricultores locais e mais de 10 empresas nas províncias de Maputo (Namaacha, Boane e Ressano Garcia), Sofala (Gorongosa), Manica (Sussundenga, Gondola, Manica, Vanduzi, Bárue e Mussorize), Tete (Angónia, Macanga, Tsangano e Marávia), Zambézia (Gurúe e Milange), Cabo Delgado (Ibo) e Niassa (Lago Niassa, Muembe, Maúa e Lichinga). Para os pequenos agricultores, a produção do café vem representando uma fonte de diversificação de renda e de adopção de práticas de agricultura de conservação, preservando a floresta e a sua rica biodiversidade.
A história do cultivo do café de Moçambique remonta desde 1906, quando o Café do Ibo (Coffea Zanguebariae) foi distinguido com o Diploma de Medalha de Ouro em Lisboa devido às suas características únicas em termos de sabor e aroma. Actualmente, o café de Moçambique é exportado para o mercado americano e europeu, marcando o despertar de Moçambique como actor no mapa mundial da produção de café. Alguns dos principais elementos de distinção dos cafés de Moçambique incluem espécies únicas de café, origem histórica, e a produção orgânica de café arábica nas serras e montes do país, obedecendo a princípios de conservação da biodiversidade.
Atendendo ao potencial de produção de café e a busca de mercados de maior valor, Moçambique aderiu ao Acordo Internacional do Café, em 2023, num acto dirigido pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Ismael Correia, na Sede da Organização Internacional do Café, em Londres, Reino Unido. Este foi um passo importante para a exposição de Moçambique a parcerias que ajudem a tornar o sector do café de Moçambique mais competitivo no mundo.
Ao conectar os principais actores desta cadeia, o Festival do Café de Maputo fortalecerá as ligações necessárias para criar um mercado que prima pela consistência, qualidade e o estabelecimento de acordos comerciais entre marcas e produtos relacionados.
De salientar que o Festival do Café de Maputo é organizado pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique (MADER), em parceria com o projecto MozBio 2, a Organização Internacional do Café (ICO), a Associação Moçambicana de Cafeicultores (AMOCAFÉ), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS).