A cultura do café em Moçambique, embora recente, tem demonstrado um crescimento notável nos últimos anos, rumo à competitividade internacional, apostando em qualidade e sustentabilidade.

Tradicionalmente, o país não estava entre os maiores produtores desta mercadoria, mas hoje está a construir uma identidade própria no mercado internacional. A meta agora é clara, conquistar uma fatia dos 100 bilhões de dólares movimentados anualmente no universo do café.

Convencionalmente representada pelo Café da Gorongosa e do Niassa, hoje o país conta com 12 marcas activas, incluindo nomes como Café Vumba e Maringá Coffee, que já receberam boas avaliações internacionais, com pontuações acima de 80 pontos em competições de cafés especiais.

O presidente da Associação Moçambicana dos Cafeicultores, Jenaro Lopez, destaca o potencial do país. “Estamos focados em uma produção sustentável, com o café cultivado à sombra, contribuindo para a preservação das florestas e oferecendo uma alternativa económica sólida para a população”, explica.

Para consolidar a indústria cafeeira, o governo moçambicano, está a trabalhar na criação de uma estratégia para fortalecer o sector, com o apoio de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).

A estratégia visa melhorar a competitividade do sector, estabelecer estatísticas mais precisas e responder às necessidades dos produtores. O objectivo não é apenas aumentar a produção, mas também estruturar a cadeia de valor do café, promovendo a geração de divisas e a melhoria das condições de vida dos produtores.

Além disso, a recente a adesão de Moçambique à Organização Internacional do Café (OIC) abre portas para assistência técnica e acesso a mercados mais exigentes. Segundo Tiago Luís, chefe do Departamento de Tecnologias Rurais do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), a entrada na OIC reflecte o compromisso do país em dinamizar a produção e criar uma indústria sustentável.

Embora o sector tenha mostrado progressos, ainda enfrenta desafios como falta de conhecimento técnico e tabus associados à produção de café. Lopez acredita que universidades e outras instituições de ensino podem desempenhar um papel crucial na disseminação de informações e no incentivo à pesquisa e desenvolvimento.

Comparando com outros países da África Austral, como Angola, que registrou receitas de 3,5 milhões de dólares na última safra, Moçambique ainda está em seus primeiros passos. No entanto, o potencial do país, com terras férteis em províncias como Manica, Sofala e Cabo Delgado, é inegável.

O café moçambicano está entrelaçado com objectivos maiores de sustentabilidade e desenvolvimento económico. A aposta na qualidade, aliada ao apoio internacional e à expansão do sector, promete posicionar o país como um protagonista relevante no mercado global de café.

Com os esforços em curso, Moçambique vislumbra, não apenas uma participação maior no mercado internacional, mas também uma melhoria na qualidade de vida das comunidades envolvidas na cadeia de produção, consolidando o café como uma cultura permanente e de alto impacto económico.

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Milca Nhabanga

Sou Milca Nhabanga, 26 anos, residente em Intaka, estou a concluir o 4º. ano de Licenciatura em Jornalismo pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Apaixonada pela comunicação, actuo na área de redacção e audiovisual, com foco em narrativas dinâmicas e envolventes que capturam o impacto da informação

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