O caju (Anacardium occidentale) é mais do que um simples fruto tropical, representa a rica biodiversidade e a cultura do Brasil. Originário das florestas tropicais da América do Sul, especialmente do Brasil, o caju tem ganhado destaque não apenas pelo seu sabor único, mas também por suas múltiplas utilidades e benefícios.
O caju é uma fruta nativa do Brasil e tem sido cultivado por comunidades indígenas há séculos. Os povos originários utilizavam suas partes da castanha ao pedúnculo (a parte suculenta) em sua alimentação e medicina tradicional. Com a colonização, o caju espalhou-se para outras partes do mundo, tornando-se um importante produto de exportação.
O caju é uma fruta curiosa, sua parte comestível é, na verdade, o pedúnculo, que é carnoso e doce, enquanto a castanha, que fica na extremidade, é rica em nutrientes e saborosa, mas deve ser preparada correctamente devido à toxicidade de sua casca. O pedúnculo pode ser consumido em natural ou utilizado na produção de sucos, doces, e até mesmo licores.
Rico em vitamina C, antioxidantes e minerais, o caju oferece diversos benefícios à saúde. O consumo do fruto pode ajudar na imunidade, na saúde da pele e na redução do risco de doenças cardiovasculares. A castanha de caju, por sua vez, é uma excelente fonte de gorduras saudáveis, proteínas e fibras.
Na época colonial, Moçambique foi o maior produtor de castanha de caju do mundo, representando até 90% da produção mundial. As autoridades coloniais portuguesas estabeleceram grandes plantações de cajueiro e obrigaram os agricultores a cultivá-las em vez de culturas alimentares, resultando na deslocação de comunidades locais e na exploração de mão-de-obra. Apesar dos impactos negativos desse período, a experiência histórica de Moçambique deu-lhe a vantagem de ter uma infra-estrutura estabelecida e conhecimentos especializados no cultivo de castanha de caju.
De acordo com a Further Africa, “O mercado global do caju apresenta uma oportunidade significativa para Moçambique aumentar a sua produção e conquistar uma maior quota de mercado. Com os seus antecedentes e esforços para promover a produção sustentável, Moçambique está bem posicionado para voltar a ser um dos principais actores do sector.”
A exploração do caju tem um grande potencial para promover a sustentabilidade. A árvore do caju adapta-se bem a solos áridos e pode ser uma alternativa viável para a recuperação de áreas degradadas. No entanto, é essencial implementar práticas agrícolas sustentáveis para preservar o meio ambiente e garantir a qualidade do fruto.
O caju é um símbolo da diversidade brasileira e um alimento que merece ser mais valorizado. Além de suas propriedades nutricionais e sabor, carrega consigo a história e a cultura de um povo. Com uma gestão adequada e sustentável, o caju pode continuar a prosperar, contribuindo não apenas para a economia, mas também para a preservação do património cultural e ambiental.

Milca Nhabanga
Sou Milca Nhabanga, 26 anos, residente em Intaka, estou a concluir o 4º. ano de Licenciatura em Jornalismo pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Apaixonada pela comunicação, actuo na área de redacção e audiovisual, com foco em narrativas dinâmicas e envolventes que capturam o impacto da informação