Camões acolhe ciclo de conversas em celebração dos 50 anos do ‘25 de Abril’

Ungulani Ba Ka Khosa, Joaquim Furtado, João Paulo Borges Coelho e Luís Loforte participam do Ciclo de Conversas sobre ‘Memórias do 25 de Abril de 1974’, evento a ser realizado durante as quintas-feiras do mês de Abril no Camões – Centro Cultural Português, em Maputo, e nos dois Centros de Língua Portuguesa situados na Universidade Pedagógica de Maputo e na Universidade Eduardo Mondlane.

Estas conversas, tem como pano de fundo a exposição “50 Passos para a Liberdade - Portugal, da Ditadura ao 25 de Abril”, a qual está patente na galeria do Camões até dia 1 de junho. Os convidados do Ciclo de Conversas são personalidades do mundo da literatura, do jornalismo e da História que viveram o 25 de Abril e que, sob diferentes perspectivas, partilharão as suas vivências e reflexões.

Aliás, 25 de Abril é uma data que representa um ponto de inflexão na História de Portugal e dos países africanos de língua oficial portuguesa, um momento em que, há 50 anos, a resistência à opressão se encontrou com a liberdade individual e coletiva.

Esta iniciativa pretende também recordar a vida e a obra de Leite de Vasconcelos, jornalista e escritor moçambicano que, às 00h20 do dia 25 de Abril de 1974, transmitiu, no programa Limite da Rádio Renascença, em Portugal, a canção Grândola, Vila Morena de Zeca Afonso, a senha esperada pelos militares para dar início às operações que poriam fim ao regime ditatorial em Portugal. O jornalista português Joaquim Furtado, um dos convidados deste Ciclo, leu o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas, na Rádio Clube Português, também na madrugada do dia 25 de abril de 1974.

Durante esta iniciativa, que decorrerá exactamente nos dias 4, 11, 18 e 25 de Abril, será também exibido o filme “Capitães de Abril”, de Maria de Medeiros, como documento audiovisual dos acontecimentos que ocorreram naquele dia 25 de abril de 1974.

Ungulani, Furtado, Borges Coelho e Loforte, personalidades da literatura, do jornalismo e da História

João Paulo Constantino Borges Coelho (n. 1955, Porto) é licenciado em História pela Universidade Eduardo Mondlane de Maputo e doutorado em História Económica e Social pela Universidade de Bradford. João Paulo Borges Coelho é uma referência maior no panorama da cultura moçambicana contemporânea, com uma obra que é um exemplo no cruzamento profícuo da actividade académica com a criatividade artística. Além de escritor, Borges Coelho é também historiador e foi professor na Universidade Eduardo Mondlane, onde dedicou o seu trabalho académico à investigação das guerras colonial e civil em Moçambique.

Joaquim Furtado (n. 1948, Penamacor) iniciou a sua actividade radiofónica na Rádio Universidade (RU), tendo começado a trabalhar, profissionalmente, a partir de 1969, em programas e em informação no Rádio Clube Português, na Rádio Renascença, no Diário de Lisboa e na Radiodifusão Portuguesa (RDP). Na Radiotelevisão Portuguesa (RTP), entre 1975 e 2002, integrou, nomeadamente, as redacções do Telejornal, Informação 2, Grande Reportagem e Jornal das 9 (de que foi apresentador).

Luís Loforte (n. 1952, Inharrime) radicou-se em Lourenço Marques/Maputo em 1965, com vivências na Moamba e Sábiè. Em 1968, vai viver para Porto Amélia/Pemba, onde inicia o ensino secundário, com as férias a serem passadas em Montepuez e Mecúfi, onde a mãe exercia as funções de parteira-enfermeira. Em janeiro de 1973, é chamado a cumprir o Serviço Militar Obrigatório português, cumprindo-o, sucessivamente, em Boane, onde assentou a praça, na Beira, cumprindo a especialização em artilharia pesada, na Vila Barreto (Itoculo), no Lumbo e, finalmente, na fortaleza de S. Sebastião, na Ilha de Moçambique, onde viveu o praticamente anunciado «25 de Abril de 1974». Passou à disponibilidade em outubro de 1974, 18 meses após a incorporação, tendo optado por ir viver para a ainda Lourenço Marques. Foi professor do ensino primário em Umbelúzi até 1976, ingressando depois, em março do mesmo ano, na Rádio Moçambique, como Coordenador de Emissões. Em 1977, forma-se em jornalismo, após ter integrado o colectivo de produtores de programas fixos da estação, sob a direcção de Teodomiro Leite de Vasconcelos. Em 1981, ingressa na Faculdade de Engenharia e Ciências da Universidade Eduardo Mondlane, onde obteve o grau de licenciatura em Engenharia Electroctécnica, em 1987, continuando ligado à Rádio Moçambique, agora como técnico superior da estação, até à sua aposentação, em 2011.

Ungulani Ba Ka Khosa (n. 1957, Inhaminga) é formado em Direito e em Ensino de História e Geografia na Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane, foi professor do ensino secundário, cronista em jornais, co-fundador da revista literária Charrua e director-adjunto do Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual de Moçambique. Iniciou a sua carreira como escritor com a publicação de vários contos, tendo publicado a sua primeira obra em 1987, “Ualalapi”, logo se posicionou imediatamente como uma referência na literatura moçambicana e de língua portuguesa.

About Us

The argument in favor of using filler text goes something like this: If you use arey real content in the Consulting Process anytime you reachtent.

Instagram

Cart