Actualmente, há uma crescente adaptação da capulana para peças de roupa, cenário que reflecte uma mudança nas dinâmicas de consumo deste tecido, sobretudo na moda, onde os consumidores estão cada vez mais atentos a produtos que contam histórias.

Nos dias de hoje, designers renomados têm incorporado este tecido em suas colecções, promovendo uma fusão entre o tradicional e contemporâneo. As capulanas que antes eram usadas apenas para vestimentas, têm ganhado espaço em novos estilos como vestidos de gala, saias, blusas, e acessórios, como bolsas e lenços.

Essa transformação não apenas valoriza a riqueza cultural africana, mas também propõe um novo olhar sobre a moda sustentável e a inclusão de estilos globais com um tecido tradicional.

Sofia, a designer de moda especializada em capulana, acredita que o que está a impulsionar a nova tendência é a sua potencialidade para modernidade e a sua versatilidade. “Os padrões evoluem com a sociedade, porque cada um tem seu jeito de amarrar o pano e porque passam a fazer-se vestidos, calças, saias, camisas, malas, toalhas de praia e outros produtos, a partir dele”.

A capulana tem sido aposta de algumas figuras públicas nacionais como é o caso da cantora moçambicana Neyma Alfredo, que desde sempre tem se apresentado com trajes com capulana, ou com estampas de capulana, mostrando uma maior valorização da cultura africana, sem deixar de lado que, sendo uma figura pública influencia pessoas a aderir o uso das capulanas no seu dia-a-dia não só como um tecido para amarar na cintura mas também como uma vestimenta normal.

Estamos a falar de um tecido de origem asiática, caracterizada por suas cores vibrantes, rica e com estilos diversificados, tornando-se uma peça única e com múltiplas funcionalidades. A capulana é usada maioritariamente por mulheres, amarrada na cintura, que vão envolvendo o tecido ao corpo e dão um nó. O pano que quase alcança os pés é também usado para cobrir a cabeça, como uma espécie de turbante.

O uso da moda, vai além da moda, podendo ser utilizada para nenecar bebé e carregá-lo em segurança, servindo de toalha de mesa, cortina, cobertor e até é usada em algumas cerimónias tradicionais como um símbolo cultural.

A capulana chega a Moçambique no sec IX e X, no âmbito das trocas comerciais, bem antes do período colonial. Segundo o website Mwani Store, “a capulana na moda contemporânea é originária de regiões africanas como Moçambique e Tanzânia, com uma história profundamente enraizada na cultura local. Tradicionalmente usada como vestuário para cerimónias importantes como casamentos e rituais religiosos, a capulana é mais do que apenas um tecido é um símbolo de identidade cultural e orgulho.

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Lurdes Domingos

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