Do cigarro tradicional ao electrónico. Esta é a nova febre, sobretudo para os jovens, mas desengane-se quem pensa que não há implicações para saúde. Tal como o tradicional, o cigarro electrónico pode causar vários problemas. Dependência química, problemas pulmonares ou cardiovasculares devido à indução ao ofício químico de nicotina são alguns deles.
Segundo o médico Dércio Costa Congole, o cigarro electrónico tende a ganhar terreno na sociedade. “Além de conter nicotina e de ser causador de doenças respiratórias a pessoa corre o risco de contrair o cancro de pulmão, assim como criar o cancro da bocaˮ, referiu.
Congole reiterou ainda que o cigarro electrónico deve ser combatido pelo sector de saúde, uma vez que é usado muitas das vezes pela juventude. “Já está a sair fora do controlo e outros fumam de maneira curiosa e pensam que aquilo não cria dependência tanto que acabam por normalizar.”
Nestes moldes, este profissional de saúde alerta para o caso de se registar muitos problemas de saúde por parte de Jovens. “Se a moda pegar vamos ter muitos problemas respiratórios, pessoas com doenças energéticas e não temos capacidade para responder gandes demandas por ser um país em desenvolvimento e com falta de materiais de trabalho, alertou Congole.
Falando em dependência causada pelo excesso de nicotina, a psicóloga Inocência Massango afirmou que o consumo do cigarro electrónico deve ser como considerado como um elevado potencial dependente, já que a sua prática leva mudanças neuroquímicas do sistema nervoso central, e esta mudança acaba aumentando resposta aos estímulos associados ao consumo. “E com isso, os consumidores tendem a gerar estress ao cérebro que pode agravar os sinais e sintomas de abstinência e criar irritabilidade, ansiedade, perturbações.”
Por outro lado, a psicóloga Cândida Muvale, é da opinião que o vício em cigarros eletrónicos caracteriza-se pelo desejo intenso de fumar, uso compulsivo e necessidade de doses maiores. Para Muvale, este vício trás consigo vários sintomas como irritabilidade, dificuldade de concentração e dores físicas.
As duas profissionais de saúde mental concordam que o melhor tratamento consiste na consciencialização do paciente em torno do problema presente, quebra de crenças vinculados a actos de fumar, que, em resumo, significa a quebra de ambientes contaminosos.
ˮO tratamento para o vício em cigarros electrónicos e outras drogas é árduo e longínquo e necessita de uma intervenção multidisciplinar com psicólogo, médico psiquiatra, nutricionista, para além do apoio incondicional dos familiares e amigosˮ, concluiu Muvale.
De referir que o cigarro electrónico é um dispositivo com o formato de um cigarro convencional ou caneta, que contém uma bateria e um depósito onde é colocado um concentrado de nicotina, solventes, glicerina vegetal e aromatizantes.Célia Matavel