À medida que o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher este mês, a indústria do cinema e da televisão revela-se como um poderoso espaço de transformação de género e um veículo altamente eficaz para o empoderamento feminino. Isto é especialmente verdadeiro em África, onde as mulheres ocupam vários cargos de liderança na indústria.
Esses papéis são fundamentais, pois definem o tom para o sector como um todo, influenciando tanto no conteúdo produzido quanto às atitudes do público jovem exposto ao material criado pela nova geração de cineastas do continente.
A liderança transformada dessa indústria está bem posicionada para acelerar ainda mais a acção e continuar construindo um sector criativo onde as mulheres se sintam livres para expressar-se e partilhar suas visões sobre o continente e sua cultura.
Na vanguarda dessa tendência está o MultiChoice Talent Factory (MTF), uma rede pan-africana de instituições de formação que prepara a próxima geração de cineastas africanos. Com academias de formação em Lusaka (Zâmbia), Lagos (Nigéria) e Nairobi (Quênia), o MTF oferece cursos totalmente financiados, com duração de um ano, sobre os fundamentos da produção de cinema e televisão, garantindo a participação significativa de mulheres em cada turma.
Não apenas as mulheres representam uma alta proporção dos alunos a cada ano, mas também conquistam prémios em festivais de cinema de prestígio e têm suas obras exibidas em grandes plataformas de conteúdo.
Recentemente, Everything Light Touches – co-dirigido por Elma Baisie, graduada da Academia MTF da África Ocidental – estreou no canal Africa Magic Showcase. Já na África Oriental, a directora Lynn Gitau – formada pela Academia MTF da África Oriental – colaborou na criação de Somewhere in Kole, que estreou no canal Maisha Magic Plus.
Em todas as regiões do MTF na África, os directores das academias trabalham activamente para empoderar jovens cineastas mulheres.
Uma prova disso é o reconhecimento que as ex-alunas do MTF estão a conquistar nos circuitos de festivais de cinema. Adeola Andrea Peregrino, graduada do MTF da África Ocidental, venceu o primeiro prémio no concurso de cinema LEAP Africa USAID, ficou em segundo lugar no Concurso de Cinema da IOM com seu filme Poached e foi seleccionada para o Festival Internacional de Cinema da África, além de ser finalista do Festival de Edo State.
“O MTF está comprometido em apoiar as mulheres na construção de carreiras no cinema e na TV”, afirma Victória Goro, directora da Academia MTF da África Oriental. “Além de qualificar jovens cineastas mulheres, acreditamos que uma forma altamente eficaz de as incentivar a ingressar no sector é inspirá-las com grandes produções feitas por mulheres”.
Exemplos brilhantes desse impacto inspirador são as conquistas da ex-aluna do MTF da África Oriental, Doreen Kilimbe, cujo filme Midnight Bride venceu o prémio de Melhor Filme da África Oriental no Festival de Cinema de Uganda, o Prémio do Público no Festival de Cinema Sotambe, na Zâmbia, o prémio de Melhor Filme Internacional no Kalasha Film and TV Awards, e o prémio de Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema de Zanzibar.
Outro grande destaque foi a ex-aluna da Academia MTF do Sul da África, Tekla Nakale, que ganhou o prémio de Melhor Roteiro pelo filme Ataman no Festival de Cinema MultiChoice Namíbia.
As cineastas africanas também estão a assumir o controlo de seu destino na indústria ao envolver-se em fóruns do sector e ocupar cargos de liderança. Na Namíbia, a ex-aluna do MTF Esther Beukes foi recentemente nomeada Presidente do Conselho da Comissão de Cinema da Namíbia.