Representantes moçambicanos unem-se a líderes globais para discutir medidas de protecção à biodiversidade na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica de 2024, que decorre desde o passado dia 21 de Outubro a 1 de Novembro, em Cali, na Colômbia, reforçando o seu compromisso com a preservação ambiental e a busca por soluções sustentáveis.

Os países haviam-se comprometido a apresentar, antes da COP16, uma “Estratégia Nacional de Biodiversidade” que reflectisse a sua parte nos esforços para alcançar os 23 objectivos globais estabelecidos: proteger 30% da terra e do mar, restaurar 30% dos ecossistemas degradados, reduzir pela metade o uso de pesticidas e a taxa de introdução de espécies exóticas invasoras, e mobilizar 200 bilhões de dólares anuais para a protecção ambiental

Em virtude disso, Moçambique é dos poucos países que submeteu um Plano Nacional para a Biodiversidade. Numa entrevista à Rádio França Internacional, Afonso Madope, director da Wild Life Conservation Society-Moçambique, ONG que participou na elaboração do referido plano, explicou os três pilares principais do documento.

“Reconhece e consolida a necessidade de continuar a proteger a natureza, usando os instrumentos já estabelecidos. Amplia e melhora estes instrumentos que nos permitem a proclamação e consolidação das áreas de conservação da natureza. Moçambique tem uma superfície na ordem de cerca de 25% do país proclamado área de conservação. O segundo pilar tem a ver com a necessidade de expansão das áreas protegidas marinhas para alcançar entre 10 a 12% até 2030. O terceiro pilar é a consolidação institucional”, explicou Afonso Madope.

Já Guilhermina Amurane, Directora Nacional do Ambiente, entende que esta conferência é um ganho para Moçambique, uma vez que são discutidas estratégias de conservação da biodiversidade.

“É um incentivo para a conservação da natureza”, tendo em conta que “vários pontos serão discutidos, e espera sair da conferência com a indicação de como iremos implementar o plano estratégico global para a conservação da biodiversidade.”

O ponto mais alto da conferência será nos dias 29 e 30 onde Moçambique será representando pela Ministra da Terra e Ambiente que, como destaque, vai abordar o novo quadro legal da biodiversidade, portanto, de acordo com Amurane, espera-se decidir e definir prioridades de desenvolvimento da biodiversidade a nível nacional.

De Moçambique, como não podia deixar de ser, participa também o Parque Nacional de Gorongosa no COP16. Representado por Alberto Albasine, gestor de Programa de Maneio Comunitário de Recursos Naturais, o Parque está a partilhar a sua experiência e das comunidades a sua volta sobre os processos de conservação e protecção dos recursos naturais, com destaque para a biodiversidade.

“Estamos partilhando experiências do Parque Nacional da Gorongosa sobre a conservação da biodiversidade, de tal forma que trouxemos membros da comunidade da região Norte e Sul do parque”, afirma Albasine, acrescentando que “será uma oportunidade, neste evento, de firmar parceria com diversas entidades, que são membros da sociedade civil, comunidades locais, para, através delas, buscar ferramentas que permitam solidificar o que já vinha sendo feito no Parque Nacional da Gorongosa”.

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Cacilda Zunguze

Chamo-me Cacilda Zunguze, tenho 23 anos de idade, e moro na cidade da Matola. Curso do 4.º ano de Licenciatura em Jornalismo na Escola de comunicação e Artes (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Tenho admiração pela área da escrita e edição de vídeos e textos. No projecto Entre Aspas dedicou-me a editoria de Turismo & Meio Ambiente.

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