Nos últimos anos, os Crocs, calçado famoso por seu design peculiar e conforto inquestionável, têm se tornado uma tendência em Moçambique. O que começou como um produto voltado para actividades náuticas nos Estados Unidos de América rapidamente evoluiu para uma escolha de moda versátil, conquistando desde profissionais de saúde até jovens em busca de estilo e conforto.

No contexto moçambicano, os Crocs ganharam destaque pela sua praticidade e durabilidade. Em um país onde as condições climáticas podem variar drasticamente, com sol intenso ou chuvas torrenciais, o calçado mostrou-se uma opção adequada para lidar com esses desafios. O material leve e resistente à água facilita a vida em ambientes urbanos, rurais e litorâneos, onde o chão lamacento ou arenoso é comum.

Além disso, os preços acessíveis das imitações e a variedade de cores e estilos têm atraído um público diversificado, de todas as idades e classes sociais. Embora os Crocs originais tenham um preço mais elevado, a chegada de versões mais baratas no mercado informal permitiu que essa tendência se espalhasse de maneira ainda mais rápida pelo país.

Outro factor que impulsiona a popularidade dos Crocs em Moçambique é o aumento da consciencialização sobre saúde e conforto no ambiente de trabalho. Médicos, enfermeiros e outros profissionais que passam horas em pé encontraram nos Crocs um aliado para aliviar o cansaço e melhorar o bem-estar.

Tal com afirma a enfermeira Anastácia Omar, afecta à enfermaria de Medicina do Hospital Central de Maputo, os Crocs tornaram-se populares em hospitais devido ao conforto que proporcionam durante longas horas de trabalho. “A sola macia e o material leve ajudam a reduzir a pressão nos pés, algo essencial para quem fica muito tempo em pé”, explica Omar.

No entanto, a enfermeira alerta para os riscos de uso prolongado em outros ambientes. “Apesar de serem confortáveis, os Crocs não oferecem o suporte ideal para quem caminha muito. Eles não estabilizam o calcanhar nem dão suporte ao arco do pé, o que pode levar a dores nas costas e nas pernas com o tempo”, adverte.

A enfermeira que falou em exclusivo a Entre Aspas sugere que o uso de Crocs seja limitado a ambientes de trabalho em que o conforto imediato é prioritário, mas que sejam substituídos por calçados com melhor suporte para actividades ao ar livre ou mais intensas.

A moda dos Crocs não se limita ao conforto. Muitos jovens têm usado o calçado de maneira criactiva, customizando com adereços e acessórios, adicionando um toque pessoal e de estilo à peça. Nas redes sociais, é comum ver influenciadores e personalidades locais exibindo seus looks com Crocs, o que contribui ainda mais para a popularidade desse calçado no país.

No entanto, como em outros lugares do mundo, os Crocs ainda dividem opiniões. Enquanto alguns consideram o design pouco estético, outros defendem a funcionalidade e o conforto como factores determinantes. Seja como for, o facto é que os Crocs vieram para ficar, trazendo uma revolução silenciosa no mundo da moda e do bem-estar em Moçambique.

Já o estilista King Levi, um dos nomes mais importante da moda em África, tem uma visão mais crítica sobre o assunto. “Essa ideia de crocs estão a competir com as crianças lá em casa. Crocs sim, mas em algumas situações, pois têm um certo nível de conforto, mas não pense que é algo que fica bem, não são para o dia-a-dia. Para médicos e enfermeiros que ficam todo dia em pé sim”, comenta.

Embora os Crocs dividam opiniões, o seu conforto é inegável, especialmente em ambientes de trabalho como hospitais. Por outro lado, a falta de suporte ortopédico e as limitações estéticas são questões levantadas tanto por profissionais de saúde quanto da moda. Assim, a escolha do Crocs deve ser equilibrada entre o conforto necessário e a ocasião em que será usado.

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Milca Nhabanga

Milca Nhabanga, 26 anos, residente em Intaka, a concluir o 4.º ano de Licenciatura em Jornalismo pela Universidade Eduardo Mondlane. Apaixonada pela comunicação, actua na área de redacção e audiovisual, com foco em narrativas dinâmicas e envolventes que capturam o impacto da informação. No estágio na Entre Aspas explora conteúdos de Lifestyle e Bem-estar.

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