O Festival Internacional de Poesia e Artes Performativas – Poetas D’Alma é um dos eventos que ano passado, Novembro, não resistiu a onda de cancelamentos que ocorreram um pouco por todo o país, devido às manifestações populares decorrentes das últimas eleições presidenciais. Ora, há (já) boa nova: o Festival vai acontecer entre 20 de Fevereiro e 2 de Março.

Mudam as datas, mas não mudam as emoções, bem como o lema: “Resiliência e Cura”, tal como adianta a comissão organizadora, num comunicado enviado a Entre Aspas, justificando que se trata de uma edição tem como objectivo principal utilizar as artes como ferramenta de terapia e cura, promovendo valores como a paz, harmonia e esperança em meio às adversidades que o país enfrenta.

“Acreditamos que este adiamento é um passo fundamental para que Moçambique tenha tempo para buscar a resolução das actuais tensões pós-eleitorais por meio do diálogo e da reconciliação. Esta pausa permitirá que o ambiente se torne mais favorável para a realização de um evento seguro, acolhedor e em sintonia com os propósitos do festival”, lê-se na nota de imprensa.

A festa (que não é só da poesia) reúne dezenas de manifestações artísticas performativas, incluindo mesas-redondas, oficinas e espectáculos. Também faz uso de exposições de artes visuais, visitas guiadas e feiras de livros, discos, artesanato e gastronomia.

Trata-se de uma edição que já tinha muitas confirmações, tendo resistido artistas da Itália, Portugal, Brasil, eSwatini, África do Sul e, claro, Moçambique.

Mesmo sem avançar nomes, pois o processo de curadoria ainda não está fechado, Féling Capela, em entrevista exclusiva a Entre Aspas, disse que esta edição que se intromete em 2025, vai manter o seu carácter itinerante, palmilhando lugares como Centro Cultural Moçambique-China, Fundação Fernando Leite Couto, 16 Neto, Cine-Teatro Scala e outros espaços periféricos da cidade de Maputo.

Sendo que “Poetas D’Alma” homenageia um ou mais artistas a cada edição, nesta pretende celebrar todos ‘os guerreiros da poesia de combate’, porque a ideia é “usar a arte para curar as feridas, despertar e denunciar os males que apoquentam a saúde mental”, por isso, “o festival é flexível”, assume, acrescentando que “esperamos fazer uma agenda mais leve, apesar de ser complexo”.

O evento já recebeu mais de 100 artistas de países como África do Sul, Angola, Eswatini, Bélgica, Brasil, Ilha Reunião, França, Itália, Alemanha, Portugal, Suíça, China, EUA, Cuba, Argentina, Gana, Quénia, Botsuana, Espanha, Sérvia, Rússia, Ruanda, Chile, México, entre outros.

A última edição decorreu em 2023 e foi dedicada à arte da palavra oral em saraus intimistas multidisciplinares com o intuito de eternizar o legado de algumas figuras inspiradoras como Fela Kuti, Samora Machel, Júlio Carrilho, Rui de Noronha, Fanny Pfumo, Calane da Silva, Noémia de Sousa, José Craveirinha, Eduardo White, Azagaia, Malangatana, Kalungano, Rafael da Câmara, Refiloe Rantsieng e Atanásio Nyussi.

“Poetas D’Alma” é dinamizado pelo movimento P’Lart D’Alma, que promove, há mais de 20 anos, a poesia na sua transversalidade com outras linguagens artísticas. Durante a sua trajectória, realizou inúmeros eventos destacando os saraus “Noites de Poesia”, “Clave de Soul” e “Soul’Acústico

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Elcídio Bila

Elcídio Bila é jornalista há 10 anos, escrevendo sobre artes e outros assuntos transversais. Tem passagens por dois órgãos de comunicação e diversos projectos de Media. Trabalha também como copywriter e Oficial de Relações Públicas em agências de comunicação. É fundador e director editorial do projecto Entre Aspas.

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