O artista moçambicano Dehermes lançou, esta quinta-feira (27), o seu novo single. Trata-se de “Aritimoh”, uma música de rimo pandza, que para além de estilo, exalta a cultura moçambicana pelo resgate de brincadeiras locais que marcaram uma geração.
Quem não dançou “aritimoh”?, uma forma de recreação muito comum nas zonas suburbanas, que marcaram um momento histórico quando se trata de brincadeiras infanto-juvenis, criando um estágio de nostalgia aos adultos de hoje que, através desta música, possam regressar à primeira infância e reviver os sorrisos do passado.
Na verdade, “aritimoh” é uma dança tradicional, do estilo ‘xitxuketa’, que acontece numa roda e, um por um, seja homem ou mulher, vai ao centro mexer a cintura, que balança com recurso à capulana. Gritos e aplausos são direccionados a pessoa que mais consegue ‘partir’ a cintura.
Ora, a proposta de DeHermes, que conta com a produção do Dj Tarico, do grupo internacional Yababuluku Boys, revive as emoções que este passado desponta em cada um dos que vivem e sentem o ritmo do país.
Para o artista, “Aritimoh” é Moçambique, é raiz, é cultura, é vida. “Somos nós”, disse o artista, acrescentando que “chegou a hora de termos os nossos verdadeiros valores devolvidos”.
“Precisamos de reviver momentos como estes para percebermos o quanto somos ricos e auto-suficientes quando se fala da maneira como devíamos estar a consumir arte aqui em casa”, frisou.
Aliás, mais do que um resgate dos nossos valores enquanto moçambicanos, para DeHermes é um pretexto para romper com os paradigmas internacionais, que influenciam para a redução da auto-estima e amor pela cultura africana.
“A falta de interesse na exploração daquilo que temos e foi criado por nós vem de influências externas que devem ser de certa maneira limitadas e/ou eliminadas. A única forma de fazermos isso é mostrar que temos amor próprio”, concluiu DeHermes.
“Aritimoh” é uma música acompanhada pelo respectivo vídeo-clipe, que somou mais de seis mil visualizações em 24 horas.