Estórias, memórias e reflexões são as propostas de Eduardo Quive e Mélio Tinga para o dia 15 de Maio, às 18h00, no Centro Cultural Franco Moçambicano (CCFM). Os escritores lançam em Maputo, as obras literárias: “Mutiladas" e " Névoa na sala" sob a chancela da Catalogus.
Longe da zona de conforto, Eduardo Quive distanciou-se do verso em “Mutiladas". O primeiro livro de contos do escritor retrata estórias que vão por três caminhos: as mulheres, a vida e o exercício das memórias do autor, numa escrita breve, intensa e provocadora. Nesta obra o destino das personagens reflecte uma sociedade de tragédias diárias, onde a violência e a indiferença se transformaram num manifesto de desumanidade.
Mélio Tinga habituou-nos a ficção e desta vez leva-nos a uma estória de um homem que acaba acidentalmente nas trincheiras de uma guerra no Norte do País. Um morto o conduz a regressar. O pai espera-o à porta. Os fantasmas da guerra perseguem-no, no seu íntimo. Passa, por isso, parte da sua vida num hospital (imaginário) especializado em traumas e depressão, onde se apaixona por uma mulher que procura curar a dor de tentar conceber, poeta talentosa que esconde um mistério debaixo da cama. O romance é narrado por três vozes diferentes que, atravessam a dor, o amor, a morte, o fantástico e a desilusão por um mundo imperfeito.
Amigos e companheiros de várias jornadas, Quive e Tinga partilham ideias em comum e a paixão pela literatura é uma delas. O lançamento à dois, é uma decisão dos dois autores que interpretam o evento como um momento de partilha e afectos, onde o colectivo vem ao de cima no lugar do individualismo.
Numa subtil feminilidade, ambas as obras são um convite para duas ou mais viagens onde os leitores irão reflectir sobre o amor, a depressão e a humanidade.