Um projecto pioneiro que mistura sustentabilidade e criatividade, esta é a residência que foi erguida em Marracuene em 2021, construída quase inteiramente com garrafas de vidro recicladas. A iniciativa, idealizada pela Cooperativa Ambiental Repensar, visa não apenas oferecer abrigo, mas também servir como um exemplo inspirador de construção ecológica na região.
A casa, que se destaca pela sua estética única e inovadora, foi erguida utilizando mais de 2000 garrafas de vidro, colectadas de recicladores locais e doações da comunidade. As garrafas foram cuidadosamente limpas e tratadas, formando as paredes da residência que, além de serem visualmente impactantes, proporcionam um excelente isolamento térmico, mantendo a temperatura interna agradável durante o dia e a noite.
“O uso de garrafas de vidro na construção não é apenas uma maneira de reduzir o desperdício, mas também uma forma de promover a consciência ambiental na comunidade,” destacou o ambientalista Carlos Serra, acrescentando ainda que a ideia surgiu após observar a quantidade significativa de resíduos que não eram aproveitados e a necessidade urgente de soluções habitacionais sustentáveis na região.
A casa também foi projectada para ser auto-suficiente, incorporando painéis solares que geram energia renovável e um sistema de captação de água da chuva. Isso permite que a família que nela habita viva de maneira mais sustentável, reduzindo a dependência de recursos externos e promovendo um estilo de vida ecológico.
Além de ser uma moradia, a construção já atraiu a atenção de estudantes e profissionais da área de arquitectura e engenharia, que buscam aprender sobre técnicas de construção sustentável.
Um dos estudantes da Faculdade de Arquicterura e Planeamento Físico da Universaidade Eduardo Mondlane, aquando da visita à casa numa expedição ciêntífica, diz que planeia realizar workshops na casa para ensinar a comunidade sobre métodos de reciclagem e construção ecológica, promovendo um futuro mais verde e sustentável.
A iniciativa de Marracuene é um exemplo poderoso de como a criatividade e a inovação podem transformar resíduos em oportunidades, inspirando outras comunidades a repensar suas práticas de construção e consumo. Com o apoio da comunidade, o projecto pode muito bem ser o primeiro de muitos passos rumo a um futuro mais sustentável em Moçambique
Cacilda Zunguze
Chamo-me Cacilda Zunguze , tenho 23 anos de idade, e moro na cidade da Matola. Curso do 4.º ano de Licenciatura em Jornalismo na Escola de comunicação e Artes (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Tenho admiração pela área da Escrita e edição de vídeos e textos.