A escritora e activista social moçambicana Énia Lipanga encontra-se no Brasil, onde realiza uma digressão “Composta de Ti(s), que envolve conversas, saraus culturais, entre outras actividades recreativas. Um dos principais marcos desta digressão foi a visita à casa Casa Escrevivência, da renomada escritora afro-brasileira Conceição Evaristo.
Foi exactamente na manhã do último sábado (24), que se realizou o grande encontro entre as suas mulheres e não faltaram sorrisos, abraços e afecto por uma das maiores referências da literatura negra mundial. Esta estadia marca um dos momentos mais significativos da digressão que conecta as raízes africanas e as histórias das mulheres na diáspora.
Durante o encontro, as duas escritoras dialogaram, entre outros asuntos, sobre o poder transformador da literatura para a libertação de povos oprimidos. Lipanga, que se tem destacado na defesa dos direitos das mulheres através da sua arte, revelou que conheceu Conceição Evaristo através de suas leituras sobre literatura brasileira e por se tratar de uma escritora autobiográfica onde através dela “conheceu” o Brasil real.
Para Lipanga, as palavras de Conceição “dizem muito sobre as mulheres e suas lutas silenciosas”, reforçando a importância de uma literatura que não apenas conta histórias, mas que também cura, resgata e afirma identidades.
Em um gesto de acolhimento, Conceição presenteou a jovem escritora com todos os seus livros publicados, autografados, e expressou sua alegria em ver a continuidade da luta literária nas mãos de uma nova geração de mulheres africanas. Mais do que um simples encontro, essa conexão entre Evaristo e Lipanga representa a união de vozes poderosas, oriundas de contextos distintos, mas com sonhos e lutas entrelaçadas.
Entre os planos futuros, as duas escritoras discutem a possibilidade de um projecto literário conjunto que promete cruzar as fronteiras de tempo e espaço, unindo as suas experiências e perspectivas em uma obra que homenageia a ancestralidade e a força feminina.
Vale lembrar que Conceição Evaristo já tem laços próximos com a literatura moçambicana, sendo amiga da também aclamada escritora Paulina Chiziane. Esse laço afectivo fortaleceu-se ainda mais, pois Conceição adoptou Énia Lipanga como sua neta e ainda exigiu ser chamada avó, num gesto simbólico que reafirma a continuidade da resistência e da escrevivência entre diferentes gerações. Énia, por sua vez, ofereceu uma capulana à brasileira como símbolo do colo materno.
“Ao ser adoptada como neta e ganhar uma avó, ofereci uma capulana à Conceição para que eu permaneça, de alguma forma, sempre pendurada em seu colo.
Este encontro, termina Lipanga, não é apenas um marco na trajectória da sua carreira, mas um testemunho da força da literatura em criar laços, curar feridas e inspirar gerações futuras.
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