Arrancou, na última segunda-feira (25), a campanha “16 Dias de Activismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Raparigas”. A campanha está inserida na passagem do Dia Internacional de Luta contra a Violência à Mulher.
Trata-se de uma data foi instituída pela Assembleia Geral da ONU em 1999, com o objectivo de lembrar o assassinato das irmãs Mirabal, activistas políticas da República Dominicana, que foram brutalmente assassinadas por se oporem à ditadura de Rafael Trujillo em 1960.
Este evento serve para reflectir sobre os desafios enfrentados pelas mulheres em todo o mundo, especialmente aqueles relacionados à violência de género.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três mulheres no mundo já sofreu algum tipo de violência física ou sexual ao longo de sua vida, geralmente perpetrada por um parceiro íntimo.
Em resposta a essa realidade, o Dia Internacional da Luta Contra a Violência à Mulher tem como principal objectivo consciencializar as pessoas sobre a gravidade da violência de género e promover mudanças nas mentalidades e comportamentos.
Em Moçambique, o cenário não é diferente. Várias mulheres têm sofrido por violência, com particular destaque à violência doméstica. Pessoas de diferentes classes sociais e idades queixam-se diariamente de assédio ou abuso nas suas casas ou mesmo no trabalho.
A activista Énia Lipanga é uma das mulheres que já passou por essa situação. “Eu mesma carrego marcas dessa realidade desde a infância, quando fui violada por um vizinho”. Levo comigo o peso de um relacionamento em que a minha vontade não era respeitada e, várias vezes, fui invadida sem consentimento”, partilhou nas suas redes socias.
Actualmente, Lipanga é uma das activistas que mais tem lutado para acabar com esses casos.
Campanhas como “16 Dias de Activismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Raparigas” são importantes no combate deste mal e é necessário que todos lutem pela causa.
O cantor moçambicano Ziqo da Silva usou as suas redes socias para apelar ao fim da violência. “É essencial combater a violência baseada no género, onde um género maltrata o outro, seja o homem maltratando a mulher ou vice-versa. Vamos mudar a narrativa “Violência nunca é a solução”, avançou.
25 de Novembro oferece uma oportunidade para que governos, organizações não governamentais (ONG’s), activistas e cidadãos se unam na busca por soluções e acções para combater a violência, além de apoiar as vítimas e promover a igualdade de género.
Como forma de acabar com os abusos, as autoridades moçambicanas têm vindo a tomar algumas medidas, como ractificar convenções e criar campanhas de sensibilização e unidades especializadas em atendimento a mulheres vítimas de violência. As redes sociais também têm sido uma ferramenta poderosa para dar visibilidade a histórias de superação e para compartilhar informações sobre os direitos das mulheres e as formas de buscar ajuda.
O Dia Internacional da Luta Contra a Violência à Mulher é, portanto, mais do que uma data simbólica. Ele representa uma chamada à acção para governos, organizações e sociedade em geral, para que se envolvam de forma comprometida e consciente no combate à violência de género.
A luta contra a violência à mulher é um compromisso que deve ser constante, não apenas em um único dia do ano, mas como uma prática cotidiana, para que possamos construir uma sociedade mais justa, solidária e livre de discriminação e abuso.
Raquieta Raso
Raquieta Raso, tenho 22 anos de idade, estudante de Jornalismo, 4.º ano na Escola de Comunicacao e Artes da Universidade Eduardo Mondlane. Sou apaixonada pelo audiovisual, e tenho excelentes habilidades como operadora de câmara e editora de vídeos. Actualmente, sou Jornalista estagiária na Entre Aspas e escrevo nas categorias de Cultura & Artes e Lifestyle & Bem-estar.