Nos últimos anos, o turismo espacial passou de ficção científica para uma realidade ao alcance, ainda que restrita dos que desejam e podem experimentar a gravidade zero. Este novo sector promete transformar o mercado de viagens, empresas como SpaceX, Blue Origin e Virgin Galactic à frente da corrida para oferecer uma experiência que, há poucas décadas, era impensável para qualquer pessoa fora do selecto grupo de astronautas.
A era do turismo espacial começou a se tornar tangível em 2001, quando o empresário americano Dennis Tito se tornou o primeiro turista espacial, pagando 20 milhões de dólares para viajar à Estação Espacial Internacional (EEI). Desde então, a tecnologia avançou e novas empresas entraram no mercado com propostas mais acessíveis. Em 2021, a Blue Origin, de Jeff Bezos, e a Virgin Galactic, de Richard Branson, fizeram história ao enviar seus primeiros turistas em voos suborbitais, por preços que, embora altos, começam a indicar uma tendência de popularização desse tipo de viagem.
Para os turistas espaciais, a experiência começa muito antes da decolagem. Vários meses de treinamento preparatório são necessários para garantir a segurança dos participantes e a sua adaptação à ausência de gravidade. Durante o voo, que dura apenas alguns minutos em ambiente suborbital, os passageiros experimentam a gravidade zero e têm uma visão deslumbrante da Terra vista do espaço. A Virgin Galactic oferece essa experiência com uma ‘espiada’ no espaço por cerca de 450 mil dólares, enquanto a Blue Origin conduz viagens suborbitais semelhantes.
No caso de empresas como a SpaceX, o turismo espacial vai além: em 2023, a companhia de Elon Musk organizou a primeira missão totalmente civil em órbita, a Inspiration4. O voo não apenas quebrou barreiras de acessibilidade como levou turistas a o que a própria Estação Espacial Internacional, proporcionando alguns dias inteiros de experiência no espaço
Embora empolgante, o turismo espacial desperta preocupações sobre a segurança e o impacto ambiental dessas actividades. Lançamentos espaciais geram uma quantidade significativa de poluição e emissão de dióxido de carbono, além de resíduos espaciais que podem representar riscos futuros. Organizações ambientais têm questionado se o custo ecológico de tais aventuras é justificável, ainda que as empresas de turismo espacial afirmem estar trabalhando para reduzir seus impactos ambientais com o desenvolvimento de combustíveis menos poluentes e sistemas mais eficientes.
A segurança é outra questão central, considerando que o espaço é um ambiente de extremo risco. Pequenos problemas podem ter consequências graves, e os turistas espaciais são expostos a um nível de risco que não existe em viagens convencionais. Os voos de teste realizados até agora nem sempre ocorreram sem incidentes, o que levanta questões sobre o quão segura realmente é essa aventura.
Cacilda Zunguze
Chamo-me Cacilda Zunguze, tenho 23 anos de idade, e moro na cidade da Matola. Curso do 4.º ano de Licenciatura em Jornalismo na Escola de comunicação e Artes (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Tenho admiração pela área da escrita e edição de vídeos e textos. No projecto Entre Aspas dedicou-me a editoria de Turismo & Meio Ambiente.