“Meu amor pela arte é mais forte do que cozinhar”, declara a artista plástica moçambicana Fauziya Fliege, reflectindo sobre o papel da mulher na sociedade, a pretexto da celebração do Dia Internacional da Mulher que se comemora esta sexta-feira, 8 de março.
Para Filege, a arte é a sua forma de expressão mais poderosa, pois lhe permite comunicar as suas emoções, pensamentos e experiências de maneiras profundas e significativas do que a culinária, a ‘arte das mulheres’, pois, justifica, “a arte tem a capacidade de provocar emoções intensas e despertar reflexões mais profundas em mim.”
Através da pintura, conta Fliege, posso transmitir mensagens poderosas e provocar respostas emocionais intensas em meus espectadores. “A arte é minha maneira de protestar, de celebrar, de reflectir e de me expressar, permitindo-me explorar questões complexas e desafiar as normas sociais de maneiras únicas e inovadoras”, sublinha.
Para a artista, ainda que a culinária seja também uma forma de arte, sua principal função é a de alimentar o corpo, enquanto que a arte alimenta a alma. “A arte transporta-me para outros mundos, faz-me questionar minhas próprias crenças e inspira-me a ver o mundo de maneiras diferentes”. A culinária pode ser deliciosa e reconfortante, confessa a artista, mas nada pode ser transformadora e transcendental como arte, ressalva.
“Para mim, que tenho um amor pela arte mais forte do que pela culinária, a busca pela expressão artística é uma jornada de autoconhecimento e descoberta. A arte permite-me me conectar com algo maior do que eu mesma, transcendendo as limitações da vida cotidiana e explorando os mistérios da existência humana.”
Em última análise, Fauziya Fliege sublinha que a arte é a sua forma de expressão mais poderosa, capaz de mudar o mundo e tocar a alma das pessoas de maneiras profundas e duradouras.
Radicada na Costa Rica, desde 2020, Fliege, para além de artista é activista social, com várias acções no país onde vive.
Fliege dedica-se às artes plásticas desde 2021, mas desde criança, inspirada pelo pai, treina a pintura e desenho. Já participou de várias exposições colectivas em vários lugares de Costa Rica. Tem maior paixão por pintar mulheres, sobretudo as corajosas, fortes, lindas, trabalhadoras e sensuais, mas também mulheres tristes e sofridas. Ainda que invista em arte figurativa, a artista também se aventura pelo abstracto através da técnica acrílica, a óleo e mista. A sua última mostra foi dedicada à sua avó e teve lugar em novembro do ano passado na Galeria Nacional, na cidade São José.
Elcídio Bila
Elcídio Bila é jornalista há 10 anos, escrevendo sobre artes e outros assuntos transversais. Tem passagens por dois órgãos de comunicação e diversos projectos de Media. Trabalha também como copywriter e Oficial de Relações Públicas em agências de comunicação. É fundador e director editorial da Entre Aspas.