Os GranMah sempre nos acostumaram sons de reggae nas suas músicas, mas agora tem um toque moçambicano. A música é a mesma, mas apresenta-se com um novo revestimento rítmico.
Trata-se de uma nova proposta que estará patente no próximo álbum da banda, a sair em 2026, tal como prometeu Regina dos Santos, vocalista do grupo, em conversa com a Entre Aspas após o concerto que teve lugar no sábado, na Associação dos Músicos Moçambicanos, em Maputo.
“Nós estamos agora a iniciar uma nova sonoridade que é o afro-reggae. Tem mais elementos da música moçambicana tradicional dentro do reggae. Então é isso que nós estamos a incorporar agora na nossa música. E acho que deu para ouvir e ver que as pessoas estavam a gostar”, partilha dos Santos, ainda ofegante, depois do concerto de cerca de duas horas.
Este é um evento que marca o regresso dos GranMah aos palcos, depois de um longo período sem dar as caras. E pelo semblante dos que lotaram o local as saudades eram muitas.
“Foi muito bom. Eu até tinha me esquecido da energia que recebemos no palco. Fiquei muito emocionada mesmo”, partilha.
Foi uma noite cheia de cores, tanto no palco quanto na plateia. Cheia de dança também. Aliás, é difícil não mexer o corpo quando os GraMah estão a actuar. A energia da banda é tão contagiante que até crianças sacodem o esqueleto.
“Estavam todos lá presentes, foi fantástico! Eu acho que as pessoas querem mais shows, então, nós vamos dar mais shows”.
No palco, houve uma revisitação dos seus dois álbuns, mas também novas músicas que vão fazer parte da nova proposta discográfica, a sair em 2026. Mas antes disso haverá músicas para dar e vender.
Foi difícil abandonar o palco. O público queria sempre mais. Pronto, “se é música que querem, é música que vão ter”, foi assim que pensaram quando regressaram ao palco, depois que foram chamados com ‘mais uma, mais uma, mais uma…’
Foi por volta das 21h00 que a banda conseguiu sair do palco, finalmente, depois de uma hora e meia de intenso bom som. Mas a música, com certeza, continuou a ecoar na cabeça daqueles que optaram em passar uma parte da noite a ouvir reggae, agora com sonoridades afro.

Elcídio Bila
Elcídio Bila é jornalista há 10 anos, escrevendo sobre artes e outros assuntos transversais. Tem passagens por dois órgãos de comunicação e diversos projectos de Media. Trabalha também como copywriter e Oficial de Relações Públicas em agências de comunicação. É fundador e director editorial do projecto Entre Aspas.