No dia 2 de Fevereiro, ou seja, neste domingo, o Município de Marracuene celebra os 130 anos de “Gwaza Muthini”. Para marcar a efeméride, vários eventos estão programados, entre homenagens aos guerreiros, momentos culturais, espectáculos musicais, para além de intervenções das autoridades governamentais e outras individualidades.

Trata-se de uma celebração que vai cumprir dois momentos, nomeadamente, a primeira relativa a parte oficial (das 5h00 às 12h00) e a segunda recreativa, com a realização de dois grandes espectáculos musicais (das 16h00 às 4h00 da manhã) no Campo Municipal de Marracuene.

De acordo com a vereadora da Juventude, Educação, Desporto e Cultura do Conselho Municipal de Marracuene, A Festa do Gwaza Muthini pode ser uma excelente oportunidade para os jovens e munícipes de Marracuene, oferecendo uma plataforma para destacar e preservar a rica cultura local.

Para Leonor Nhangala, através deste evento, os jovens podem aprender mais sobre as tradições culturais, artes, danças e músicas locais, o que pode despertar o interesse por carreiras na área de arte e turismo. A vereadora destaca ainda que, durante o festival, muitas actividades comerciais podem ser desenvolvidas, como a venda de produtos artesanais, alimentação típica e outros serviços, o que pode ajudar na geração de emprego temporário e renda para os munícipes.

“O festival pode atrair turistas, tanto nacionais quanto internacionais, gerando uma maior visibilidade para o distrito e consequentemente ampliando a economia local e para os habitantes de Marracuene, o evento é uma oportunidade de reforçar o orgulho de sua cultura, além de manter vivas as tradições, o que pode fortalecer a identidade comunitária”, sublinha.

Durante a entrevista, Leonor Nhangala não deixou de falar sobre as acções que o novo município pretende desencadear para promover o turismo cultural. Para a governante, é necessário, antes de mais, investir em infraestruturas turísticas, como hotéis, transportes, centros de informação e acesso a pontos de interesse cultural, estabelecer parcerias com empresas de turismo, instituições culturais e organizações internacionais; capacitar jovens para trabalharem nas indústrias relacionadas ao turismo, desde à hospitalidade até à gestão cultural; e promoção e preservação do património histórico e cultural local, criando roteiros turísticos que envolvam a comunidade em actividades autênticas, como visitas a aldeias tradicionais e celebrações culturais.

“Gwaza Muthini”: a celebração dos heróis (que morreram em casa)

De acordo com os relatos, a batalha de Gwaza-Muthini iniciou na madrugada do dia 2 para o dia 3 de Fevereiro de 1895, nas margens do rio Incomáti, em Marracuene. Os portugueses chegaram e usaram uma formação em quadrado como barreira para o combate.

Os guerreiros de Gaza lutaram bravamente, mas não conseguiram vencer. Chegaram até a desestabilizar o quadrado português por duas vezes. E todos que tombaram naquela batalha foram enterrados numa vala comum, espaço este consagrado por monumento de Gwaza-Muthiini.

As forças lideradas por Nwamatibyana, Zihlahla, Mahazule e Mulungu perderam quando faziam face à ocupação colonial portuguesa. Muitos guerreiros tombaram na sua própria terra, por isso a mesma batalha é conhecida por “Gwaza Muthini”, do idioma ronga, que traduzido para português sugere-nos o entendimento de “morrer em casa”. Mas essa derrota tem pouco significado para os nativos de Marracuene, que fazem questão de enaltecer o espírito heróico dos antepassados.

Por iniciativa de António Yok Chan, um dos leais filhos da terra, apoiado pelo Governo, as comemorações de Gwaza-Muthini foram reactivadas no dia 2 de Fevereiro de 1994, numa nova perspectiva de se singularizar a heroicidade dos líderes de resistência Nacional do Sul de Moçambique e de Marracuene em particular.

About Us

The argument in favor of using filler text goes something like this: If you use arey real content in the Consulting Process anytime you reachtent.

Instagram

Cart