Hélio Beatz e o novo álbum. Ontem acreditamos no ‘pandza do futuro’

Uma apoteose. Um frenesim. Um festival de vibrações. Assim foi o lançamento do álbum “Pandza do futuro”, ontem (6), no X-Hub, na esteira do feriado, Dia da Vitória. Uma data bem conseguida, afinal, mostrou-se que o pandza já venceu todas as lutas e a sua afirmação no mercado musical moçambicano está cada vez mais convicta.

O espectáculo tinha sido marcado para às 18h00. Começou alguns minutos depois. O público já se tinha formado. Um público activo, diga-se, que conhece e gosta do pandza. Um público que canta e exige cantar mais, mesmo depois das 21h00. Um público que não se cansa, que vibra a cada melodia e faz barulho a cada letra. Um público que lotou por completo aquela incubadora que refresca a Amehd Sekou Touré, dando calor aos dois corredores até (quase) à saída.

O concerto começou com a exibição de vídeo sobre o ‘artista-de-cartaz’. Hélio Beatz, com um recurso audiovisual que nos aproxima às suas raízes – ao seu bairro, à sua escola – mergulha-nos no seu interior, e faz-nos acreditar no pandza, este estilo genuinamente nosso, um orgulho da nossa juventude.

Não se trata de um recurso audiovisual para o cinema, nem precisava que assim fosse, apenas era uma imagem e voz pertinentes naqueles primeiros instantes do concerto, capazes de nos situar em relação ao seu compromisso por este género musical que activa o seu amor à pátria. Na verdade, é uma militância de muitos, a provar pelo calor do público no X-Hub. Aliás, fazedores de pandza como DeHermes e Mr. Kuka, na plateia, são o eco desta luta que ‘Hélio’ faz nos seus ‘beatz’. E os fazedores doutros ritmos, casos de Mark Exodus, Djimenta, Melony e Táyra, também perdidos no frenesim do público, mostram o quão o este ritmo é nosso ao dar vida ao “Pandza do futuro”, nesta segunda aventura do Hélio Beatz.

Músicas como “Dizem que eu gingo”, “Você me mata”, “Depois da GIN”, “Vou levar”, “Deixa”, “Primos do Bilene”, “Txuno por ti”, “Tama aqui again”, “Vai matar papai” e “Deu no que deu” são alguns sucessos que se dançaram na ‘audição-show’ que peregrinou em quase todo o álbum que ostenta 15 faixas e com mais de 20 participações, cujo é um pecado não mencionar Ziqo, Mr. Kuka e Cizer Boss, monstros do pandza no país.

Mesmo a condizer com a jovialidade que o ritmo carrega, os temas abordados revelam-se (sempre) pertinentes ao olhar para diversas peripécias sociais, conflitos passionais e outras adrenalinas juvenis. Não podemos, de forma alguma, deixar de frisar o tom humorístico que Hélio encaixa nos ‘beats’, tornando uma sonoridade leve, que se capta com facilidade e se degusta com prazer.

Aliás, foi por isso que o espectáculo foi aberto por uma sessão de ‘stand up comedy’ por Júlio Chico, que fez uma viagem parecida com a do álbum, ao abordar cenários sociais, políticos e económicos que a musicalidade de Hélio (re)cria.

Na hora do show, os instrumentistas, incluindo o irmão do Hélio, o Dj Granda Beat, coroaram com mestria as vozes que subiram ao palco. A mistura entre a música electrónica e ao vivo foi uma estratégia bem pensada e mesmo alguns deslizes técnicos que escaparam não esfriaram mais de três horas de pura intensidade.

E mesmo quando parecia ter-se dito tudo, um grupo de jovens pedia “Sopa”. Não do Xikafo, com balcão abarrotado, mas a música de Hélio Beatz e Badjero. O pedido foi cumprido e assim fechou a noite, logo depois que se cortou o bolo alusivo ao aniversário do ‘homem’ da noite.

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