Neste Dia Mundial de Luta contra o SIDA, celebrado em 1º de Dezembro, as Nações Unidas destacam que as violações de Direitos Humanos continuam sendo um dos maiores obstáculos para o fim da pandemia de HIV/SIDA. Em mensagem oficial, o secretário-geral António Guterres reforçou que é possível acabar com o SIDA como uma ameaça à saúde pública até 2030, mas, para isso, é essencial derrubar barreiras sociais, legais e económicas que perpetuam a desigualdade.
Um chamado à inclusão
O Programa Conjunto da ONU sobre HIV/SIDA lançou um relatório enfatizando a necessidade de garantir acesso universal aos serviços essenciais de prevenção, testagem, tratamento e cuidados. O documento alerta que, a cada 25 segundos, uma pessoa é infectada pelo HIV e que um quarto das pessoas que vive com o vírus ainda não tem acesso aos medicamentos que salvam vidas.
A cada 25 segundos, alguém no mundo é infectado pelo HIV, uma estatística alarmante destacada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Actualmente, cerca de um quarto das pessoas vivendo com o vírus não têm acesso ao tratamento antirretroviral, essencial para salvar vidas e reduzir transmissões.
Para Guterres, “leis, políticas e práticas discriminatórias que punem e estigmatizam pessoas vulneráveis estão impedindo o acesso dessas populações aos métodos de prevenção, testes, tratamentos e cuidados”.
Segundo Winnie Byanyima, directora executiva do Unaids, proteger a saúde de todos implica proteger os direitos de cada indivíduo. Destacou questões como a falta de acesso à educação para meninas, violência de género, discriminação contra minorias sexuais e preconceitos que afastam comunidades vulneráveis dos serviços de saúde.
Desafios e propostas
Entre os maiores entraves apontados no relatório estão:
- Leis discriminatórias: Políticas que criminalizam comportamentos ou identidades marginalizam ainda mais as populações vulneráveis.
- Desigualdade de género: Mulheres e meninas enfrentam maiores riscos de infecção devido à violência e à falta de acesso a recursos
Barreiras económicas: O alto custo de medicamentos e tecnologias inovações ainda limita o acesso em muitos países.
Para enfrentar esses desafios, o Unaids defende o compartilhamento de tecnologias que possibilitem a produção global de medicamentos de acção prolongada, capazes de transformar a resposta ao HIV/SIDA.
Vozes inspiradoras
O relatório inclui reflexões de líderes globais sobre o papel dos direitos humanos e da solidariedade na luta contra o SIDA. O músico britânico Elton John, reconhecido por seu trabalho na causa, ressaltou que “enquanto o HIV for visto como uma doença ‘dos outros’, e não de pessoas ‘decentes’, não será derrotada”.
Ele reforçou que ciência, medicina e tecnologia são fundamentais, mas que inclusão, empatia e compaixão são indispensáveis para alcançar um mundo sem SIDA.
Esperança e compromisso Global
Olhando para o futuro, Guterres destacou que os avanços já alcançados na resposta ao HIV/SIDA foram possíveis graças à solidariedade global e ao respeito aos direitos humanos. Ele pediu que os esforços continuem concentrados na redução das desigualdades e no fortalecimento da inclusão para que a meta de 2030 seja alcançada.

Milca Nhabanga
Sou Milca Nhabanga, 26 anos, residente em Intaka, estou a concluir o 4º. ano de Licenciatura em Jornalismo pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Apaixonada pela comunicação, actuo na área de redacção e audiovisual, com foco em narrativas dinâmicas e envolventes que capturam o impacto da informação