O rapper norte-americano Shawn Carter, artisticamente conhecido como Jay-Z, foi acusado, no domingo (8) de drogar e violar uma menor de 13 anos durante festa ocorrida após a edição de 2000 do MTV Music Awards.
O processo está incluído numa investigação a um escândalo de tráfico sexual de grande escala que em Setembro resultou na detenção preventiva de Sean “Diddy” Combs, ou apenas P. Diddy, também suspeito de participar nessa mesma violação. Desde então, as acusações a Diddy têm vindo a multiplicar-se, com novos suspeitos – muitos deles celebridades – a serem identificados e acusados à medida que a investigação progride.
O processo que visa Jay-Z foi originalmente aberto em Outubro, no Tribunal do Distrito Sul de Nova Iorque. Na acusação original, P. Diddy estava explicitamente identificado, ao contrário de Jay-Z, que era apenas referido como “Celebridade A”. Este domingo, a justiça federal tornou conhecido que esse suspeito não identificado era, afinal, Jay-Z, acusando-o do crime de abuso sexual de menor.
Em resposta, o rapper divulgou comunicado nas redes sociais da Roc Nation (editora discográfica fundada e presidida pelo artista), no qual nega qualquer envolvimento com o caso.
Ainda no mesmo comunicado, Jay-Z lançou duras críticas ao processo, acusando mesmo o procurador, Tony Buzbee, de ter tentado fazer chantagem.
“O meu advogado recebeu uma tentativa de chantagem, chamada carta de exigência, de um 'advogado' chamado Tony Buzbee. O que ele calculou foi que a natureza destas alegações e o escrutínio público me fariam querer chegar a um acordo. Não senhor, teve o efeito contrário! Fez-me querer expô-lo como a fraude que é”.
Numa declaração à NBC News, Jay-Z acrescentou: “estas alegações são de natureza tão hedionda que vos imploro que apresentem uma queixa criminal e não uma queixa cível! Quem quer que cometa um crime destes contra um menor devia ser preso, não concorda? Estas alegadas vítimas mereceriam uma verdadeira justiça se fosse esse o caso”. “O meu coração e o meu apoio vão para as verdadeiras vítimas do mundo”, acrescentou.
Queixa-crime revela que Jay-Z e P.Diddy violaram sexualmente Jane Doe
A acusadora, identificada como “Jane Doe”, afirmou que a agressão ocorreu numa ‘after-party’ após os MTV Video Music Awards, em Setembro de 2000.
A acção judicial alega que Doe foi aos VMAs no Radio City Music Hall sem bilhete e abordou vários condutores de limusinas para tentar obter acesso ao espectáculo ou à festa posterior. Segundo a NBC News, um motorista terá dito a Doe que trabalhava para Combs e que ela “se enquadrava no que Diddy procurava”.
O motorista deixou-a numa casa branca com uma entrada em forma de U, onde a rapariga foi obrigada a assinar um documento que julgou ser um acordo de confidencialidade.
Foi-lhe alegadamente oferecida uma bebida que a fez sentir-se “tonta, desorientada e com vontade de se deitar”.
O processo prossegue dizendo que tanto Diddy como Jay-Z entraram no quarto. Alega que este último lhe tirou a roupa, segurou-a e violou-a enquanto Diddy e uma celebridade feminina anónima observavam. Diz que Diddy também a violou enquanto Jay-Z e a mulher observavam.
"Uma outra celebridade ficou a ver enquanto Combs e Carter se revezavam a violar a menor. Muitas outras pessoas estavam presentes na after-party, mas nada fizeram para impedir a agressão”, lê-se na queixa, que acrescenta que “Carter esteve com Combs em muitos dos casos aqui descritos. Ambos os autores têm de enfrentar a justiça”.
Elcídio Bila
Elcídio Bila é jornalista há 10 anos, escrevendo sobre artes e outros assuntos transversais. Tem passagens por dois órgãos de comunicação e diversos projectos de Media. Trabalha também como copywriter e Oficial de Relações Públicas em agências de comunicação. É fundador e director editorial do projecto Entre Aspas.