King Levi expande ‘Fancy África’ para além-fronteiras
King Levi, consultor de moda e influenciador digital, reconhecido pelo seu estilo elegante e contribuições significativas para a indústria da moda no país e na diáspora está no Brasil a participar de eventos culturais e de moda, mas com os olhos na projecção do Fancy África, um dos mais relevantes eventos de moda a ter lugar em Setembro próximo na cidade de Maputo.
Em entrevista exclusiva a Entre Aspas, King Levi disse que, durante a sua estadia no Brasil, visitou Salvador, cidade que se destaca pela conexão histórica e cultural entre a África e aquele país latino. Naquele ponto, realizou o Fancy África Salvador 2025, uma plataforma que une moda e cultura, promovendo a interacção entre tradições africanas e brasileiras.
Aliás, este é um dos objectivos de King Levi no Brasil – ampliar a presença da Fancy África globalmente, acrescentando que a sua experiência tem sido intensa, repleta de descobertas culturais e oportunidades de colaboração. “A razão de eu estar no Brasil neste momento é esta extensão que a Fancy África está a ter neste momento além-fronteiras”, frisou.
“Conheci um pouco de Brasil de forma bem intensa”, destacou o director criativo e, agora, embaixador da Fancy África, quem achou que seria interessante desenvolver este conceito noutros cantos do mundo.
De realçar que Fancy África é uma plataforma criada e gerida por moçambicanos, com o propósito de destacar e fortalecer a cultura, a moda e a economia criativa africana sem depender de intervenções externas. “O seu principal foco é garantir que os africanos decidam o futuro da sua cultura, promovendo o empoderamento, a valorização das suas raízes e construção das narrativas autênticas sobre a identidade do continente”, sublinhou
Brasil e Moçambique com semelhanças incontáveis no universo da moda
King Levi não deixou escapar, durante esta conversa, que a moda moçambicana e a brasileira apresentam diversas semelhanças, especialmente no uso de tecidos coloridos e no uso do crochet. Levi, entendido da matéria, explicou que o crochet cresceu bastante em Moçambique, assim como no Brasil, e que há uma grande conexão no uso das cores. Por outro lado, o profissional destacou elementos como o uso da capulana, as danças e as crenças tradicionais como aspectos culturais que unem os dois países.
Entretanto, o que mais ocupou a atenção de Levi no Brasil foi o profundo interesse da comunidade pelas suas origens culturais, destacando a forte presença das discussões sobre identidade e ancestralidade.
“Muitos afro-brasileiros têm um conhecimento detalhado sobre as suas histórias e buscam formas de se conectar com a África, o que torna essa troca cultural ainda mais valiosa.”
E nisto, não demorou a captar a influência africana no país, especialmente em Salvador, onde teve uma visão mais profunda dessa conexão através da gastronomia e das tradições culturais.
Projectos de educação e economia criativa ganham vida
No Brasil, os projectos de um maiores influenciadores moçambicanos estão ao rubro. Prova disso é que ele está a desenvolver iniciativas com foco em educação e economia criativa. Recentemente, abriu uma escola de moda em Moçambique e uma de suas parcerias no Brasil está justamente ligada à capacitação de novos profissionais.
“Como sabem, abri uma escola de moda recentemente em Moçambique e estamos a desenvolver várias parcerias para desenvolver a moda em Moçambique”.
Mas há um objectivo maior: criar uma comunidade Ubuntu, onde Moçambique e Brasil crescem juntos por meio da moda e do empreendedorismo.
Célia Matavel