O escritor moçambicano Mia Couto é o vencedor do Prémio da Feira Internacional do Livro de Guadalajara de Literatura em Línguas Românicas (FIL), anunciou o júri, numa conferência de imprensa esta segunda-feira (2) no México.
Reagindo a este reconhecimento, através de uma video-chamada a partir de Moçambique, o escritor mostrou-se surpreendido com a distinção. “Foi uma grande e bela surpresa”, disse durante a transmissão ‘online’ para todo o mundo.
O júri decidiu atribuir o prémio por unanimidade, algo que “diz tudo quanto ao reconhecimento da obra de Mia Couto, do que significa literariamente, para a língua portuguesa e para quem escreve literatura nesse subúrbio da língua portuguesa que é Moçambique”, referiu o ensaísta e professor português Carlos Reis, que integrou o júri e a quem coube anunciar o nome do vencedor.
Com este prémio, “reconhece-se uma obra literária notável que inclui crónica, conto, novela”, considerou o júri, composto por sete críticos literários e escritores.
O vencedor, que recebe um prémio de 150 mil dólares, foi escolhido entre 49 autores de 20 países, que escrevem em seis línguas: catalão, castelhano, francês, italiano, português e romeno.
Mia Couto vai estar presente na 38.ª FIL de Guadalajara no dia 30 de Novembro, primeiro dia desta edição, que se estende até 08 de Dezembro.
Em resposta a questões dos jornalistas presentes na conferência de imprensa, que foi transmitida ‘online’ para todo o mundo, segundo a Lusa, o escritor partilhou que “o primeiro grande assunto” que o preocupa aCtualmente é a paz, lembrando que vive num país “que ainda está em guerra”.
O Prémio Guadalajara é um reconhecimento outorgado no Festival Internacional de Cinema de Guadalajara para uma figura ibero-americana que tenha tido impacto no cinema internacional. A categoria foi criada em 2007, onde se aproveitou para homenagear a Guillermo del Toro, cineasta oriundo da cidade.