A música é uma das formas de expressão artística mais antigas e universais da humanidade, desempenhando um papel importante em várias culturas ao redor do mundo. No Dia Internacional da Música, celebrado ontem (1), é essencial reflectir sobre a importância da música e os desafios que os músicos enfrentam, especialmente no contexto moçambicano.

Esta arte transcende fronteiras, conectando pessoas de diferentes origens e culturas. Em um mundo cada vez mais globalizado, estilos musicais misturam-se, criando novas sonoridades que promovem um rico intercâmbio cultural. Gêneros como pop, rock e hip-hop têm dominado o cenário internacional.

Cenário musical em Moçambique

Moçambique é um berço da diversidade musical, onde géneros como marrabenta, xigubo, pandza, e outros estilos musicais reflectem a rica herança cultural do país. Ao mesmo tempo, estilos contemporâneos como hip-hop, reggae e pop também ganham espaço entre as novas gerações.

Contudo, os músicos nacionais continuam a enfretar diversos desafios para o seu desenvolvimento e reconhecimento, como a escassez de recursos, falta de infraestrutura adequada, o apoio limitado do Governo e a ausência de políticas públicas voltadas para a música.

Muitos músicos moçambicanos trabalham em condições precárias e lutam para que a sua arte seja valorizada e reconhecida dia após dia. A carência de espaços para apresentações e a falta de programas de formação artística também limitam o desenvolvimento dos talentos.

A dificuldade financeira tem sido um problema para os artístas, a maioria tem dificuldade para a produção de álbuns e a organização de concertos. Sem um suporte financeiro adequado, muitos dependem de actuações em eventos informais, que muitas vezes não garantem uma remuneração justa.

Além disso, a pressão para adaptar-se a estilos mais comerciais acaba levando à perda da identidade cultural, dificultando a valorização da música tradicional e a preservação de géneros autênticos moçambicanos. Isso gera um dilema: como equilibrar a modernização com a preservação das raízes culturais?

Iniciativas de apoio

Frente aos desafios enfretados, algumas organizações não-governamentais mobilizam-se para criar oportunidades de formação, promover festivais de música e oferecer suporte à produção musical. A exploração de plataformas digitais também mostra-se promissora, permitindo que músicos se conectem com seus os fãs e monetizem o seu trabalho.

A música moçambicana tem suas características bantu e influências árabes, é uma das mais importantes manifestações culturais do país. Géneros como marrabenta, originária do sul e instrumentos tradicionais, como a timbila chope, reforçam a riqueza cultural que precisa ser preservada e promovida.

O Dia Internacional da Música é uma data comemorativa não oficial que celebra a música e a importância dela no desenvolvimento cultural da humanidade e na manutenção da paz entre os povos. Essa data é celebrada no dia 1º de outubro, sendo conhecida internacionalmente como “International Music Day”.

Esta data foi comemorada pela primeira vez em 1975, e a sua criação foi atribuída ao International Music Council (IMC). Os objectivos do dia internacional da música são: promover a música em todos os grupos sociais, usar a música como meio de promover a paz e amizade entre os diferentes povos e culturas.

O Dia Internacional da Música serve como um lembrete da importância de valorizar e apoiar a música em todas as suas formas, promovendo a paz e a amizade entre os povos e culturas. Celebrar a música é, portanto, celebrar a própria humanidade.

Refira-se que por ocasião da passagem do Dia Internacional da Música, que ontem se assinalou, a Escola Nacional de Música, em Maputo, levou a cabo uma aula aberta, que inclui uma exposição fotográfica e de instrumentos musicais leccionados naquela instituição pública de ensino de música.

Raquieta Raso

Raquieta Raso, tenho 22 anos de idade, estudante de Jornalismo, 4.º ano na Escola de Comunicacao e Artes da Universidade Eduardo Mondlane. Sou apaixonada pelo audiovisual, e tenho excelentes habilidades como operadora de camera e editora de videos. Actualmente, sou Jornalista estagiária na Entre Aspas e escrevo nas categorias de Cultura & Artes e Lifestyle & Bem-estar.

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