O poeta moçambicano Sangare Okapi, uma das vozes mais originais e celebradas da poesia moçambicana contemporânea, lança o livro ‘Poemas de revisitação do corpo seguido de apoteose do nada’.
A apresentação do livro decorrerá na próxima quinta-feira, às 17h30, no Camões – Centro Cultural Português, em Maputo, numa cerimónia que contará com a participação dos professores Sara Jona Laisse e Lucílio Manjate, que partilharão as suas reflexões sobre a obra e a importância de Sangare Okapi para a literatura moçambicana.
A obra que sai pela Gala-Gala Edições reúne os dois primeiros livros do autor em ordem de escrita, marca os 20 anos de produção poética de Okapi e integra a colecção ‘Biblioteca de Poesia Rui de Noronha’.
Com 100 páginas, ‘Poemas de revisitação do corpo seguido de apoteose do nada’ oferece aos leitores a oportunidade de revisitar os primeiros passos de um poeta que, desde cedo, demonstrou uma capacidade ímpar de executar a poesia por meio de uma linguagem singular e primorosa.
“O texto do Sangare Okapi é uma imersão nas raízes da poesia, onde o corpo e o vazio se cruzam num baile que nos confronta com a nossa própria fragilidade e transcendência. Esta obra revela-nos um Sangare iniciante e avant-gardian, um enfant terrible que, desde o início, se destacou pela ousadia e originalidade, explorando temas como o corpo, a identidade, a memória e a morte com uma acuidade que nos deixa sem fôlego”, assinala Pedro Pereira, editor do livro, “por isso que, quase duas dezenas depois, ele ainda é relevante e deve ser lido”.
Sangare Okapi nasceu em Maputo, em 1977. É bacharel em Ensino de Português e professor. Publicou os livros de poesia “Inventário de Angústias ou Apoetose do Nada” (2005), “Mesmos Barcos ou Poemas de Revisitação do Corpo” (2007), “Mafonematográfico Também Círculo Abstracto” (2011), “Os Poros da Concha” (2018) e “Fleuma” (e-book, 2024). É co-autor dos livros “Era uma vez…” (2009) e “Antologia Inédita — Outras vozes de Moçambique Maputo” (2014). Está representado na revista brasileira “Poesia Sempre” (2007). Co-produziu e encenou a peça “Pereto de Onti”, distinguida com mérito no Festival Regional de Teatro Amador Zona Sul, organizado pela Casa da Cultura do Alto-Maé (1996). Foi distinguido com o Prémio Revelação FUNDAC Rui de Noronha (2002) e o Prémio Revelação de Poesia AEMO/ICA (2004). Em 2008, foi Menção Honrosa no Prémio José Craveirinha de Literatura.