O mês de Outubro é marcado por uma campanha global de consciencialização sobre o cancro de mama, conhecida como Outubro Rosa. Este movimento tem como principal objectivo alertar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a forma de cancro mais comum entre as mulheres em todo o mundo.
A campanha Outubro Rosa teve início nos Estados Unidos, na década de 1990, e rapidamente espalhou-se para os outros países. Em Moçambique, a adesão à campanha tem sido consideravel, com várias organizações, empresas e instituições promovendo acções de sensibilização e apoio à causa.
O cancro de mama, se detectado nos estágios iniciais, tem uma alta taxa de cura, ressalta Anastáncia Omar, enfermeira do Hospital Central de Maputo. Por isso, a prevenção, através do auto-exame e da mamografia, é fundamental, acrescenta a médica.
As instituições de saúde recomendam que as mulheres a partir dos 40 anos realizem a mamografia anualmente, e, para aquelas com histórico familiar da doença, o acompanhamento deve começar ainda mais cedo.
No entanto, as dificuldades de acesso a exames e tratamento especializado ainda são um desafio no país. Contudo, iniciativas como campanhas de saúde pública e parcerias com ONG’s têm promovido a consciencialização e o acesso aos exames preventivos.
Além do aspecto físico, a campanha de Outubro Rosa destaca a importância do apoio emocional para mulheres diagnosticadas com cancro de mama. “Muitas vezes, a luta contra a doença pode trazer consigo desafios psicológicos e sociais, como a depressão, baixa auto-estima e ansiedade”, avança a psicóloga Ludmila Mário.
Ludmila ainda ressalta que o apoio de familares e amigos emocional constante ajuda o paciente a enfrentar o medo e as incertezas que acompanham a doença.
Rutília Chilengue, uma sobrevivente de cancro de mama, destaca a importância da campanha: “Descobri o nódulo em um exame de rotina. Felizmente, foi no estágio inicial, e consegui tratar a tempo. Outubro Rosa ensinou-me a importância de cuidar da minha saúde e de não esperar os sintomas aparecerem”.
Histórias como a da Rutília são um lembrete do impacto positivo que a consciencialização pode ter. Mulheres em todo o mundo têm sido encorajadas a compartilhar suas histórias, quebrando o tabu em torno da doença e promovendo a solidariedade entre aquelas que enfrentam o câncer.
Outubro Rosa também é uma oportunidade para a sociedade como um todo reflectir sobre o seu papel na promoção da saúde. Governos, empresas e a sociedade civil podem trabalhar juntos para garantir que todas as mulheres, independentemente de sua condição social, tenham acesso à informação, diagnóstico e tratamento adequado.
As acções de sensibilização incluem caminhadas, eventos de arrecadação de fundos para pesquisas e instituições de apoio, iluminação de monumentos públicos na cor rosa e distribuição de materiais educativos em centros de saúde e empresas.
Outubro Rosa é muito mais do que um mês de consciencialização. É um movimento que promove a saúde, o bem-estar e o apoio mútuo entre as mulheres.
Milca Nhabanga
Sou Milca Nhabanga, 26 anos, residente em Intaka, estou a concluir o 4º. ano de Licenciatura em Jornalismo pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Apaixonada pela comunicação, actuo na área de redacção e audiovisual, com foco em narrativas dinâmicas e envolventes que capturam o impacto da informação