Primeira edição do Prémio Literário Mia Couto (já) tem finalistas

Já existe a lista dos 10 finalistas do Prémio Literário Mia Couto, iniciativa da Cornelder de Moçambique e a Associação Kulemba que pretende estimular a produção literária de qualidade em Moçambique, distinguindo as melhores obras publicadas anualmente.

As obras seleccionadas para o género de poesia são, aleatoriamente, “Para onde foram os vivos”, de Eduardo Quive; “Pétalas negras ou a sombra do inanimado”, de Belmiro Mouzinho; “Vestígios do silêncio”, de Amosse Mucavele; “Cães à estrada e poetas à morgue”, de Deusa d'África; e “O lugar das ilhas”, de Sónia Sultuane.

Quanto às obras seleccionadas para o género romance, são “No verso da cicatriz”, de Bento Baloi; “Museu da Revolução”, de João Paulo Borges Coelho; “Nas bordas do arco-íris”, de Agnaldo Bata; “Vidas, paixões e o oculto”, de Cláudia Chope; e “Encontro em Rosebank”, de Lex Mucache.

O anúncio das obras vencedoras será feito durante a Feira do Livro da Beira (FLIB 2023), que decorre entre 20 e 23 deste mês de Setembro. Cada vencedor do Prémio Literário Mia Couto será agraciado com valor pecuniário na ordem de 400.000 MZN (quatrocentos mil meticais).

Nesta primeira edição, o Prémio Literário Mia Couto tem como membros de júri Francisco Noa, Fátima Mendonça, Teresa Manjate, Tânia Macedo e Daniel da Costa.

Livros finalistas: entre cinco de poesia e cinco romances

“Para onde foram os vivos”, de Eduardo Quive, é o retrato do mundo em decadência, no qual as cidades se encontram em ruínas com o silêncio ensurdecedor das almas que ainda habitam o lugar com a esperança no exercício do amor. Portanto, trata-se de um livro que encara os males do tempo, no olhar sensível do poeta que não se conforma com o estado das coisas.

“Pétalas negras ou a sombra do inanimado”, de Belmiro Mouzinho, é um livro de poesia que reflecte o encanto que a arte do verso exerce na vida do poeta, pois, para si, tudo o que as pessoas vêem e tocam, tem poesia. Nesta sua estreia em livro, Belmiro Mouzinho assume-se como um poeta rebelde e inconformado. Em parte, isso corresponde à sua maneira de ver as coisas à sua volta.

“Vestígios do silêncio”, de Amosse Mucavele, apresenta uma poética concebida para desvendar mistérios, celebrar a memória transnacional dos ritos de passagem e ruptura, um desencanto de repensar as origens, as mutações da dor, as variações dos mapas territoriais e sociais de Maputo e Lisboa, partindo de um ponto de vista subjectivo das estórias desses dos lugares.

“Cães à estrada e poetas à morgue”, de Deusa d’África, é um exercício sobre a linguagem, no qual a função dialética tem o poder de inaugurar, destruir, reconstituir e libertar o sujeito. É uma poesia sobre a esperança e, muitas vezes, sobre o lado ingrato das coisas e dos sentimentos. Portanto, é um livro interventivo e emotivo.

“O lugar das ilhas”, de Sónia Sultuane, é um diálogo emocional com a Ilha de Moçambique, um processo que se vai multiplicando por outros espaços. As ilhas do livro, com efeito, não são necessariamente geográficas, são também lugares interiores, onde o ser humano tem a possibilidade de revisitar o seu ser físico e espiritual.

“No verso da cicatriz”, de Bento Baloi, é um romance que desafia não só as crenças e o horizonte de expectativas do leitor, mas a sua sensibilidade e a sua estabilidade emocional. O efeito catártico da narração se impõe de forma inapelável, convocando a dor, o sofrimento, o drama humano, a desilusão e a degeneração dos valores sociais.

“Museu da Revolução”, de João Paulo Borges Coelho, é uma aventura por 50 anos de História de Moçambique. A narrativa começa no Japão e atravessa mares e oceanos numa aventura que cruza aspectos identitários e emocionais. Trata-se de um romance em que, num Toyota Hiace, as personagens vão-se descobrindo na sua relação com o espaço.

“Nas bordas da escrita”, de Agnaldo Bata, traz a história de um projecto social desenhado por uma ONG Francesa para prover água num distrito que é assolado por uma seca prolongada na Província de Inhambane. No caso, a iniciativa falha de forma “inexplicável”, pelo que uma personagem estrangeira é enviada a Moçambique para averiguar as causas do fracasso.

“Vidas, paixões e o oculto”, de Cláudia Chope, é um romance cuja temática é atravessada pelo Realismo das coisas, da possibilidade e das condições da representação da realidade na arte. No livro, estão representados sonhos e anseios daqueles moçambicanos cuja vida buscou sentido no outro lado da fronteira sul-africana.

“Encontro em Rosebank”, de Lex Mucache, é uma história de um jovem moçambicano que se apaixona por uma escritora sul-africana. Em algum momento do enredo, a personagem envolve-se num triângulo amoroso com uma secretária, o que sustenta o interesse de o autor explorar aspectos culturais dos dois países.

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