Entre choros, prantos e ruidosos murmúrios
Jorram acorrentadas em suas vítimas,
Gotas de lágrimas espremidas de ti,
Em mais um dos teus aniversários, oh mãe Áfrika...

No teu santificado, sofrido corpo
Correm agitados, rios inteiros
Transbordando sangue heroico
De filhos valentes, sonhadores e guerreiros.

Acordado, ao relento sonhas
Teus filhos clamarem por tua proteção
Por seres sua única tábua de salvação
Em meio a tantos conflitos e guerras.

E de súbito, sanguinárias mentes
Tornaram-se teus clientes,
Fizeram de ti maligna oficina
Para perpetuarem sua carnificina.

Apesar de tudo, peço que mantenhas tua compostura
Ensina ao mundo inteiro tua rica cultura,
Fortifica teus filhos e sua identidade
Para que eles resistam as adversidades.

Oh mãe Afrika,
Dê aos teus filhos a mesma capa
Que os “livrou” da colonização,
Dê aos teus filhos mais uma capa
Para que se protejam do forasteiro ladrão.

Dê aos teus filhos uma grossa capa
Para seus valores resgatarem,
E sua auto-estima recuperarem
Sob tecto do teu rico, apetecível mapa.

E antes que me esqueça, oh mãe Afrika,
Dê aos teus filhos a última capa, por favor,
Para que eles se protejam da ganância e da corrupção,
E enquanto imploro pela última bênção
Peço que prepares para ti, também uma capa
Para que tapes a tua nudez atraente e protejas os teus recursos
Que há muito são estuprados por predadores de minerais
Existentes nos Cabo Delgados desse teu corpo sensual.