O sedentarismo é um dos grandes desafios da saúde pública moderna, considerado um inimigo silencioso que afecta milhões de pessoas em todo o mundo. Com a vida cada vez mais atarefada e a tecnologia em ascensão, hábitos sedentários tornaram-se comuns, resultando em uma série de problemas de saúde que podem ser devastadores.

O sedentarismo é a falta de actividade física suficiente que pode afectar potencialmente a saúde de uma pessoa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 60% da população adulta mundial não pratica actividade física suficiente, o que inclui longos períodos dedicados a actividades sedentárias, como assistir televisão, trabalhar no computador ou usar o celular.

Além disso, a OMS recomenda pelo menos 150 minutos de actividade física moderada por semana, mas muitos não atingem essa meta, por isso alerta que o mundo esteja fora do rumo para atingir a meta global de reduzir a inactividade física até 2030.

Estudos mostram que o sedentarismo está fortemente ligado ao desenvolvimento de doenças crónicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. A inactividade provoca aumento do colesterol LDL (ruim) e diminuição do colesterol HDL (bom), contribuindo para o entupimento das artérias e aumentando o risco de infarto.

Ademais, a falta de actividade física é um dos principais factores que contribuem para o ganho de peso e a obesidade. Com o aumento do peso corporal, o risco de desenvolver doenças associadas, como problemas articulares e distúrbios metabólicos, também cresce.

O impacto do sedentarismo na saúde mental é igualmente preocupante. A falta de actividade física está relacionada a um aumento nos níveis de depressão e ansiedade. Exercícios físicos liberam endorfinas, neurotransmissores que promovem a sensação de bem-estar, portanto, a inactividade pode contribuir para um ciclo vicioso de estresse e desmotivação.

A inactividade física pode resultar em um envelhecimento precoce. O sedentarismo afecta a massa muscular e a densidade óssea, aumentando o risco de quedas e fracturas em idosos. Além disso, a falta de movimento pode reduzir a capacidade funcional, tornando actividades diárias mais desafiadoras.

Para combater o sedentarismo, é fundamental promover a actividade física em todas as esferas da sociedade. Algumas estratégias incluem: informar a população sobre os benefícios da actividade física regular e os riscos do sedentarismo; criar programas de incentivo à prática de exercícios, como aulas de dança, corridas e caminhadas em grupo; implementar espaços públicos adequados para a prática de desporto e actividades ao ar livre, utilizar aplicativos e plataformas digitais que incentivem a prática de exercícios e a monitorização da saúde.

O sedentarismo é um problema que exige atenção imediata. Os perigos do sedentarismo são reais e abrangentes, afectando tanto a saúde física quanto a mental. A consciencialização sobre a importância da actividade física regular é fundamental para combater o sedentarismo e suas consequências. Incorporar pequenas mudanças na rotina diária, como caminhar mais, optar por escadas em vez de elevadores e dedicar tempo a actividades recreativas, pode fazer uma enorme diferença na saúde a longo prazo.

Ao reconhecê-lo como um inimigo silencioso da saúde, podemos adoptar medidas eficazes para promover uma vida activa e saudável. A mudança começa com pequenas acções diárias, e cada passo conta.