ÁGUA POR ÁGUA, organização sem fins lucrativos que trabalha para melhorar o acesso à água, saneamento e higiene (ASH) em instituições de ensino da cidade de Maputo, realizou, recentemente, em Maputo, um workshop de capacitação de 12 instituições sociais seleccionadas para a próxima fase do Desafio SPLASH, incluindo escolas primárias, centros de saúde, associações comunitárias, centros de acolhimento de jovens adolescentes com deficiência, centros de acolhimento infantil e centros de mulheres vítimas de violência doméstica.

Átila César, especialista de Comunicação da ÁGUA POR ÁGUA, disse que este workshop, do desafio Splash, procurava capacitar as instituições para elas poderem melhorar, por si só, as suas condições sanitárias.

“A ideia é que as próprias instituições procurem soluções, procurem ideias para nós percebemos como é que podemos apoiar essas mesmas ideias e responder às suas necessidades no que concerne a água, saneamento e higiene”, frisou Átila, acrescentando que o que foi feito, até então, tem resultados satisfatórios. Aliás, destaca o nosso interlocutor que estavam no evento organizações que mostraram um compromisso com estas matérias e que provaram estar envolvidas no projecto, portanto, nesse sentido, já é um sucesso por “nós podermos ter identificado instituições de vários géneros, como escolas, centros de acolhimento e instituições de base comunitária que estejam empenhadas em melhorar as suas condições de água e saneamento”.

Para Átila Cézar é importante que as instituições se apropriem dos seus projectos para que as soluções que sejam desenvolvidas sejam sustentáveis, duradouras e que venham resolver efectivamente os problemas que as instituições enfrentam. Então, “nós não estamos a vir com as soluções, queremos que as instituições – com o nosso apoio – cheguem a essas soluções.

De acordo com o oficial de comunicação, em Moçambique e na cidade de Maputo, em específico, a organização debate-se com várias dificuldades, limitações no que concerne a água, saneamento e higiene.

“Este workshop procurou, também, identificar esses problemas e as possíveis soluções e, para isso, “eu haveria de desafiar as instituições que fazem parte das comunidades para que, na primeira pessoa, possam dizer, exactamente, quais são os desafios específicos que encaram, porque, muitas vezes, como organização, podemos aparecer com soluções ou com a nossa análise de problemas que não reflecte realmente aquilo que são as dificuldades no terreno”.

Este trabalho da ÁGUA POR ÁGUA iniciou em 2018 e a organização tem apoiado o Conselho Municipal na estratégia de melhoria de condições de água e saneamento das escolas primárias. Portanto, partilha Átila, já apoiamos mais de 15 escolas até o momento, entre reabilitações e construções de blocos sanitários, além de distribuição de material como sabonetes orgânicos produzidos localmente. E, também, no período de Covid-19, apoiamos a reabertura de 50 escolas, criando condições para que possam ser reabertas.

Átila Cézar, entretanto, explica que a implementação dos projectos de “ÁGUA POR ÁGUA” não se limita a implementações físicas – de um novo bloco sanitário ou de um bloco sanitário com melhores condições – procura, também, capacitar instituições com conhecimentos de como cuidarem dessas mesmas infraestruturas intervencionadas. “Envolvemos sempre a comunidade, porque, no fim do dia, essas intervenções que fazemos nas instituições são para a comunidade. Então, a comunidade também é capacitada para cuidar dessas instituições e continuar a tomar conta das instituições”.

Aliás, a ÁGUA POR ÁGUA, tem feito um acompanhamento contínuo, criando ideias sustentáveis para garantir que as instituições consigam manter um nível para garantir a saúde.

Falta de água mina percurso normal das instituições

O Director da Escola Primária de Mutsekwa, Ismael Jamal, confirma que a sua instituição tem se deparado com alguns problemas de fornecimento de água e que acaba minando percurso normal do funcionamento da própria instituição. “Com este projecto, sentimo-nos felizes porque estamos aqui, em primeiro lugar, a discutir estratégias de como superar algumas dificuldades que a instituição tem tido para gerir a questão do saneamento, assim como o fornecimento de água”.

Outro desafio que da escola tem que ver com algumas limitações no fornecimento de água que vem do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG). “Aqui estamos a estudar ou criar novas vertentes para que possamos conseguir angariar material de modo a canalizar a água e ter depósitos para os períodos de interrupção do fornecimento de água”, acrescentou.

Outro exercício que a escola tem desencadeado é o contacto com os encarregados de educação que, de uma certa forma, apoiam a escola. “Os encarregados estão lá, envolvem-se, aproximam e ajudam. Um e outro traz algum recipiente para poder ajudar e, assim, a instituição desenvolve algumas actividades não tendo limitações.

Já a directora do Centro de Saúde de Bagamoyo, Margarida da Silva, assume que estão a 40% de cobertura em toda a unidade sanitária. Esta percentagem, esclare, mostra que o acesso é limitado, uma vez que a unidade sanitária é grande e tem uma população maior no Bagamoyo. Para minimizar esta situação, a unidade sanitária te, recorrido a empresários locais que têm apoiado, em algum momento, no abastecimento de água.

A Directora do Serviço Municipal de Educação, Teresa Naftal Zandamela Sitoe, descreve a situação da água, saneamento e higiene na cidade de Maputo como boa, mas assume que há desafios. Aliás, no Plano de Desenvolvimento Municipal há uma estratégia que está a ser implementada que responde aos seus objectivos, que é, por exemplo, contínua criação de condições para a retenção da rapariga na escola, evidenciadas pelas construções que respeitam espaço apropriado para a higiene da rapariga em períodos específicos.

Nas 100 escolas primárias públicas tuteladas pelo Município de Maputo há um trabalho de melhoria, sobretudo os blocos sanitários. Algumas, na vertente acessibilidade e outras para a vertente da retenção da rapariga. Porque, Entende Teresa Sitoe que, em parte, a falta de condições apropriadas para a higiene da rapariga influencia para o abandono escolar.

Neste momento, de acordo com Sitoe, foram intervencionadas mais de 50 escolas, o que configura 60%.

Falta assistência a mulheres e crianças

O director Provincial do Género, Criança e Acção Social, Sérgio Fondo, espera que haja melhorias e que, futuramente, haja maior abrangência do projecto ÁGUA POR ÁGUA para toda a província de Maputo. Os grandes desafios, tal como aponta Fondo, tem que ver com a falta de assistência às crianças desfavorecidas e a mulheres vítimas de violência.

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Elcídio Bila

Elcídio Bila é jornalista há 10 anos, escrevendo sobre artes e outros assuntos transversais. Tem passagens por dois órgãos de comunicação e diversos projectos de Media. Trabalha também como copywriter e Oficial de Relações Públicas em agências de comunicação. É fundador e director editorial do projecto Entre Aspas.

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