A SpaceX, liderada por Elon Musk, deu mais um passo audacioso no cenário tecnológico ao expandir o alcance do Starlink, seu serviço de internet via satélite, para dispositivos móveis. O programa “Direct to Cell”, se concluído, marcará a primeira vez que uma operadora de satélite e uma rede celular foram autorizadas para operar conjuntamente nas zonas remotas. Agora, você poderá acessar a internet de alta velocidade directamente pelo smartphone, mesmo em locais remotos e de difícil acesso.

Como funciona a tecnologia?

Antes de mais nada, é importante compreender o que a Starlink oferece. Actualmente, a rede de satélites em órbita baixa já disponibiliza internet de alta velocidade para residências, empresas e até embarcações em locais onde as redes terrestres são inexistentes ou instáveis. Agora, no entanto, a proposta é dar um passo além, permitir que os próprios smartphones conectem-se directamente aos satélites da Starlink, dispensando torres de celular.

Para viabilizar essa inovação, a SpaceX estabeleceu parcerias estratégicas com fabricantes de smartphones e operadoras de telefonia móvel. A empresa fez uma colaboração com a T-Mobile e obteve aprovação da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) para fornecer cobertura celular nas zonas remotas, ou seja, onde as redes tradicionais não conseguem alcançar. Assim, não apenas aparelhos de última geração, mas também modelos mais acessíveis poderão usufruir da conectividade via satélite. Em outras palavras, a inclusão digital pode se tornar uma realidade ainda mais ampla.

Diferentemente de sistemas de satélite convencionais, os satélites da Starlink operam em órbita baixa, o que reduz significativamente a latência e melhora a qualidade da conexão. Além disso, a integração entre os sistemas terrestres e espaciais permite uma transição suave entre as redes, garantindo que o usuário permaneça conectado sem interrupções.

Outro ponto crucial é o uso de antenas compactas e eficientes nos smartphones. Embora os detalhes técnicos ainda estejam em desenvolvimento, as demonstrações iniciais indicam que os aparelhos poderão utilizar frequências já existentes, como as de 5G, para se comunicar directamente com os satélites.

Impactos no dia-a-dia e desafios pela frente

Por um lado, a conectividade global promete transformar vidas. Em áreas rurais ou regiões afetadas por desastres naturais, onde a infraestrutura de telecomunicações é limitada ou inexistente, essa tecnologia pode garantir acesso a serviços essenciais, como educação, saúde e segurança. Por outro lado, questões como custo, privacidade e regulamentação ainda precisam ser amplamente debatidas.

O serviço Starlink residencial é oferecido a partir de US$ 120 por mês, além do custo inicial de cerca de US$ 599 para o kit de hardware, que inclui a antena parabólica e o roteador Wi-Fi. No entanto, para o acesso direto via smartphone, ainda não há informações definitivas sobre o preço final.

A expectativa é de que a SpaceX ofereça planos competitivos, tendo em vista o amplo mercado que busca alcançar. Embora os custos possam ser um obstáculo inicial, a te da ampliação da base de usuários pode tornar o serviço mais acessível ao longo do tempo.

Vale ressaltar que a tecnologia “Direct to Cell”, da Starlink, usa satélites para conectar directamente-se aos celulares. Com uma licença comercial aprovada pela FCC, o serviço começou a ser testado em janeiro de 2024, com resultados animadores. Em outubro, por exemplo, a tecnologia foi utilizada para ajudar comunidades afectadas pelo furacão Helene, demonstrando seu valor em emergências.